Ao tomar café, enquanto me recompunha do terrível abalroamento de que fui vítima ontem - só me lembro de uma crina esvoaçante e de um olhos esbugalhados, com os cascos sem direcção... (cá para mim a palha que o bicho comeu veio de Marrocos) - passo os olhos pelo jornal deixado na mesa. Nada de extraordinário: mulheres mortas pelos maridos, à facada, com uma caçadeira, à frente dos filhos, dos vizinhos, à saída do trabalho. O costume. Sempre por motivos passionais, claro, porque os portugueses estão cada vez mais descontrolados em questões amorosas ( o excesso de Viagra também deve afectar os poucos neurórios dos homicidas). E no meio deste amor descontrolado que povoa as nossas aldeias, encontro uma coisa inusitada: Flak dos Rádio Macau passa rasteira a Xana que cai redonda, e esta, que não tem mesmo ar de levar desaforo para casa, prega-lhe um valente estalo. Até aqui tudo bem. O pessoal estava na brincadeira, bebeu demais, enfim, os beijinhos tornaram-se dentadinhas... uma coisa leva à outra... e se tivessem acabado a buraco de caçadeira ninguém estranharia. O mais curioso é isto ter acontecido em palco, durante um concerto em Vila Nova da Barquinha. Tocavam o "Anzol". Há quem não saiba separar o amor do local de trabalho. Acontece aos melhores.
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