sexta-feira, 9 de março de 2012

Shame

Toda a gente fala sobre, toda a gente opina sobre, muita gente sente a falta de. Há quem seja viciado nele, há quem passe bem sem ele, há quem abomine, há quem se sinta incomodado só por falar sobre, há quem core por ouvir a palavra. Poucos realizadores têm tanta mestria para trabalhar o sexo sem que este pareça um lugar comum, erótico ou pornográfico. Tratá-lo como uma dependência, um produto destituído de valor emocional há poucos. Steve McQueen tem este dom. Fassbender tem o dom de falar com todo o âmago, sem qualquer palavra. Numa época em que atribuem tantos créditos ao cinema mudo, seria interessante valorizar quem tudo diz apenas com um olhar. Vale a pena. Os encaixotados e os enTABOOados podem ficar sem ver. They would never get it for its sheer beauty.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Missed you

Hoje, fartinha de documento digitais, copies e pastes inultimente repetitivos, senti saudades de escrever. A ferrugem entranhou-se-me nos dedos atléticos que sempre teclaram com destreza. O cérebro está igualmente dolente. Tinha saudades do meu blog. That's all. Também senti a falta da música que ele me dá. É meio narcisista mas tinha saudades deste bocadinho de mim. Não tenho nada de muito profundo para dizer. Tive um momento profundo na terça-feira com uma das minhas melhores amigas. "Foi tão bonito e profundo o que disseste. E também espontâneo. Aposto que não vais conseguir repetir tudo o que disseste.", afirmou. Tentei. Não consegui. Estou perra. Admito. Vim aqui desempoeirar-me. Mas só um bocadinho.

A minha felicidade tem sido inversamente proporcional ao tamanho das minhas cozinhas. Comecei com 30m2. Agora tenho uma linda de 10.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Grudge

It's quite surprising this feeling. It needs a darkened, mean heart to linger through time. No matter how ridiculous it might seem, the grudge bearers are poor people with no sense of future, lingering on to a painful distant past which anchors them, paradoxically offering them the purpose to keep going, to keep hating. Unfortunately, it drags their hearts through the mud, preventing them from letting go of all the shitty feelings they've packed.

Poor people, I dare say, for they live still, feeding on such a poor feeling. Poor people, I dare say, for their idea of superiority makes them weak and mean. Like this, they will always fail to be whole. And happy. Of course, in the end, it is never their fault.

Portuguese cinema

Como alguns amigos não falavam de outra coisa, sentia-me em falta por deixar passar "Sangue do meu Sangue". Poderoso, aflitivo, claustrofóbico, degradante, barulhento, promíscuo, etc e tal, uma panóplia de adjetivos lisonjeadores para toda a obra, em particular para os desempenhos da Rita Blanco e do Nuno Lopes. E lá fomos. Sim, concordamos com todos os adjectivos. Subscrevemos. Mas acrescentaríamos mais: demorado, penoso, manoel oliveirense de tão grande que era! Alguém nos podia ter avisado que havia duas versões: uma de 1h30... outra de 3h e30. Não há cu que aguente... 

DRIVE

I liked the film. It made me think of a soft Tarantino. Ryan Goslyn has that fabulous chemistry with the leading lady, so soft and tender.  Etherial soundtrack, quite nice. Too bloody for sensitive eyes. For those who are tired of diving their heads into paper and are dying for something new, go for it. I did and it made wonders. Just like my magnificent friend S. mentioned, Ryan Gosling is the new Steve McQueen.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Egypt

Os egípcios juntam-se na principal praça do Cairo porque querem ver os militares fora do poder.
Também aproveitam para violar qualquer jornalista estrangeira que os queira entrevistar.
Advém da revolta, I guess, um certo aumento da testosterona.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

House of Secrets


Achámos por bem alargar os nossos horizontes. Nada como ouvir os concorrentes da nova edição da Casa dos Segredos. A sintaxe perfeita, os pronomes no sítio correcto (ainda estou com dificuldade em  largar estas consoantes), a riqueza nas figuras de estilo... ultrapassa-me. Enfim. Há um facto curioso a registar. Todos os homens se sentam da mesma maneira: braços e pernas abertas, expostos ao espectador. Talvez sejam escolhidos consoante o tamanho dos cojones. Do cérebro não será, certamente.