segunda-feira, 31 de março de 2008

The eighties

Quando eu era uma pré-adolescente, ou a caminho da idade da gaveta, estas músicas enchiam o meu imaginário e ajudavam a aperfeiçoar o meu inglês. Quando tenho dias maus, volto aos momentos em que tudo o que tinha pela frente era um futuro incerto mas esperançosamente brilhante e feliz. Hoje é um desses dias porque tenho uma multa para pagar. Por uns serviços que não usufrui mas que esqueci de cancelar. Partilho o meu ódio visceral pelas seguintes empresas: PT e BRISA. Quanto aos vídeos, ignorem as roupinhas datadas e pirosas, assim como os penteados à felino eriçado e deliciem-se com a melhor década.


sábado, 29 de março de 2008

Suffocating

Apetece-me abrir a boca e gritar até às entranhas.

AIDS



You can fall in love with beauty, you can lay down your walls for lust, you can fall down to a burning desire but you should always bear in mind it might literally... kill you. Be lustful, loveable, desirable but always be safe.
(Há umas coisinhas pequeninas de borrachinha, umas com sabor, umas com desenhos...Um dia destes ponho aqui umas fotos das aulas de Educação Sexual que os meus alunos têm tido. Sejam criativos mas não inconscientes.)

Less stressing when one's born a man

I dispise those societies in which daddy knows it all and bosses everyone around. I dispise being seen only as a woman and not as an individual. I cannot bear the fact that one works as much and then the only important thing is having ovaries to bear children and a good hand to cook for everyone around. I cannot stand the fact that I feel that inside my own house. I don't understand why women keep on repeating the same mistakes and engraving the model on their own daughters. I don't feel like burning bras or showing my buttocks underneath a mini-skirt. I don't need to prove that ( Although I should do it while the buttocks are still hanging on tight). However, I would very much like to be seen as individual and forget the fact that I am a woman, starting in my own family. I know I can't change people. Let us put some sense in it all. Why should I be the one to change then? I would very much like to have sons... I am afraid that by having girls I might inadvertedly turn them into radical feminists.

sábado, 22 de março de 2008

It's a sin

Eu nunca fui muito dada a pecados. Bem, talvez um me tire do sério... mas vou-me controlando. Agora estou aqui, sendo conscientemente invadida pela preguiça de férias. Eu detesto preguiça, abomino ver-me ao espelho e sentir-me preguiçosa. Não combina comigo. Estraga a imagem de Speedy Gonzales que fui construindo ao longo dos anos. Só tolero a minha preguiça quando me espreguiço de manhã e espero pelo teu beijo. Toda a outra preguiça é nefasta, insidiosa e, o que é preocupante, com tendência para aumentar. Sozinha preciso honrar a minha veia workaholic e ter tudo pronto, estupidamente feito antes de tempo. Estou a falhar. Preguiça a dois tolero. Conduz-me a outros pecados deliciosamente apetecíveis. Preguiça a sós é insuportável.
Não há pastilhas para aumentar a vontade de trabalhar? Há pastilhas para deixar de fumar, ter mais apetite sexual, ter menos apetite à mesa, pastilhas para dormir, para andar feliz.... haverá alguma alma caridosa que se lembre de pastilhas que combatam este pecado? Se houver, estará na China ou no Japão. Na China, dorme-se no local de trabalho para acordar e trabalhar de imediato (viu uma amiga minha na TV, juro) e no Japão é a empresa que marca as férias, senão eles não sabem o que fazer com o ócio. Devem congeminar um comprimidozinho para me fazer voltar ao estado normal... não?
Será que estou a humanizar-me? Será bom? Estarei a ganhar consciência de que o trabalho me escraviza? Esta preguiça adormece-me o corpo e entorpece-me a alma. Álvaro de Campos precisava de "verdade e de aspirina". Eu como me constipo pouco, contento-me com entusiasmo e Red Bull. Talvez também deva rezar umas Avé Marias, para ver se me perdoam o deslize.

The news

Ciência
Espécie de minhoca foi o primeiro animal a fazer sexo
O sexo foi descoberto por uma espécie de minhoca de 30 cm de comprimento, que vivia no mar há 565 milhões de anos, pelo menos é essa a conclusão de um estudo publicado na revista Science.

Leilão no site ebay
Homem vende vida na Internet
Para começar de novo um homem decidiu vender-se na web. O leilão está marcado, no ebay, para 22 de Junho.

Que o sexo esteja associado a uma minhoca... não me estranha muito. Todavia, que um homem decida leiloar a sua vida após o divórcio, parece-me pouco lógico. Antes da separação é que muitas coisas iam bem a leilão. A esposa seria uma delas. Há pessoas com muito pouco timing. That's life.

Poetry and Spring

Dennis Stock
GREECE. Crete. 1983. A field of wild daisies.

Ontem foi o dia mundial da Poesia e da Água. Também se dá as boas-vindas à Primavera.

Para fazer jus a coisas tão belas deixo dois testemunhos para comemorar a existência das três. Num dia especial, tinha que escolher um poeta do mesmo calibre.

OS AMANTES SEM DINHEIRO

Tinham o rosto aberto a quem passava.
Tinham lendas e mitos
e frio no coração.
Tinham jardins onde a lua passeava
de mãos dadas com a água
e um anjo de pedra por irmão.

Tinham como toda a gente
o milagre de cada dia
escorrendo pelos telhados;
e olhos de oiro
onde ardiam
os sonhos mais tresmalhados.

Tinham fome e sede como os bichos,
e o silêncio
à roda dos seus passos.
Mas a cada gesto que faziam
um pássaro nascia nos seus dedos
e deslumbrado penetrava nos espaços.

Eugénio de Andrade, Os Amantes sem Dinheiro

Give me back my mobile phone!


Há uns tempos, quando escrevi um texto sobre as SMS e a dependência que os jovens têm relativamente a estes aparelhos, nunca me passou pela cabeça assistir à cena - devidamente gravada por um telemóvel - passada numa escola secundária do Porto, em que uma aluna se degladia com a professora para recuperar o telemóvel que esta lhe havia tirado.


Parece tudo tão óbvio e igualmente ridículo. Não vale a pena tentar dissecar os motivos que levam a este comportamento por parte dos alunos. Parecem-me evidentes: má educação; pais ausentes e igualmente desrespeitosos; substituição de afecto por valores materiais, e tudo o mais que os pedopsiquiatras enumeram nos especiais noticiosos para explicar que os "nossos jovens precisam de estruturas de apoio", e os professores não podem apresentar fragilidade, blá, blá, blá... e é por esta altura que começo a ter vontade de vomitar.


Tem que existir uma legislação rigorosa que imponha valores se estes não fazem parte do bom-senso social. Se a figura do professor perdeu a autoridade, a justiça pode recuperá-la. Se as proibições forem claras, e se leis passadas pela cambada activa da assembleia proíbirem o uso de telemóveis nas escolas, e lhes juntarem umas belas multas como penalização, vão ver como os pais piam fininho. Os orgãos directivos ainda não se aperceberam que podem ter ali a galinha dos ovos de ouro.


Mas enquanto os nossos legisladores, ministros e restante comunidade escolar ponderam as consequências nefastas de novas leis "agressivas" para os "nossos jovens", eu proponho o seguinte: um par de estalos à besta que tenta agredir uma senhora que tem idade para ser sua mãe; a expulsão consequente, bem como de toda a milícia que se limita a assistir e, já agora, umas tareias bem dadas nos pais que criaram estes seres tão bem formados. Sendo besta, irracional, então dá-se-lhes o tratamento dos animais: "Não podes fazer chichi na madeira!". Logo, ao fazeres, levas no focinho.


Quando andava na segunda classe, tive um professor muito severo, o professor António. Vinha de Bragança e tinha um cabelo e um bigode fartos, que nos espreitavam lá do alto do seu 1,90m. Um dia, quando dois colegas meus, o Pedro e o Óscar, davam trela à língua, o professor António deu um estalo em cada um que lhes deixou os dedos marcados na cara. Lembro-me dos olhos marejados do Pedro, que por ser rechonchudo ainda lhe deve ter doído mais. Em casa, disse à minha mãe: "Foi horrível, Mãe. Coitadinhos. O professor foi mesmo mau."


Hoje, refletindo sobre o passado, o Pedro e o Óscar não voltaram a conversar daquela forma e são dois jovens porreiros e bem formados. Não acontecerá o mesmo à jovem do Carolina Michaellis se o seu acto passar impune. No fundo, há estalos que vêm por bem. E agora, mais do que nunca.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Dad

No matter how hard a father tries, his child won't fall far from the tree if nature brings him/her to it. If the child ends up preferring motorbikes or opera to cars and football, love him the same, for you loved the idea of him, when he existed only in your head.There are no better fathers than others. Fathers love. Those who don't, belong to an unfamiliar category.
"Father and son behind the wheel of a car", USA, August 1958.
Eve Arnold.

The one and only

A Sra. Dôna Tiia, a única e exclusiva Lili Caneças vai casar-se. A lady está nos 63 e o jovem candidato, um tal de Sr. Pimenta (bela especiaria, imagino), nos 27. Afinal, os peelings nem sempre têm consequências nefastas. E para quem não acredita em milagres, também há ressurreições para o lado da linha. Avé, Lili.

Holidays


My concept of holidays has always been leaving my country, or at least my residential area:)). It does not mean I dislike my lovely country "à beira-mar plantado".
( O aspecto dos Portugueses nesta Páscoa - CHINA. Shanghai. Cyclists in the rain, 1993, Stuart Franklin)
I love it. I love its climate, its people and its calm, polite habits (some people do have them...). That is why I like going abroad for holidays. I usually stay long enough to enjoy the company of a new language, new food, new people, a whole new atmosphere and long enough to miss coming back to Portugal.

Sometimes I just want to get away. Otherwise, I will end up doing something. Being a workaholic is as addictive as a drug addict. I just wish work gave me the so called fab trips drug gives. The only thing I can remember work giving me lately is a huge hangover, without a drop of alcohol. It's the whole concept of being anonymous and discovering new things that draws me to travelling abroad. And this tendency is becoming more and more exotic. Probably that was why I liked Istambul so much. Unfortunately, I have new priorities now that imply investing a bit. So, for the time being... I am on holiday strike. Let us see how long it lasts, ehehe. I am as good with strikes as I am with diets. Love breaking them!

I am on holidays now, but since I am staying here I am about to give some private lessons.
Happy Easter.

sábado, 15 de março de 2008

E.E. Cummings

I like my body when it is with your

I like my body when it is with your body.
It is so quite a new thing.
Muscles better and nerves more.
I like your body. I like what it does,
I like its hows. I like to feel the spine of your body and its bones,
and the trembling -firm-smoothness
and which I will again and again and again kiss,
I like kissing this and that of you,
I like, slowly stroking the, shocking fuzz
of your electric fur, and what-is-it comes
over parting flesh . . . . And eyes big Love-crumbs,
and possibly I like the thrill
of under me you quite so new





It may not always be so


and I say it may not always be so;and I say
that if your lips,which I have loved,should touch
another's,and your dear strong fingers clutch
his heart,as mine in time not far away;
if on another's face your sweet hair lay
in such a silence as I know,or such
great writhing words as,uttering overmuch,
stand helplessly before the spirit at bay;

if this should be,I say if this should be-
you of my heart,send me a little word;
that I may go unto him,and take his hands,
saying,Accept all happiness from me.
Then shall I turn my face,and hear one bird
sing terribly afar in the lost lands.

Let there be waves...

Miguel Barreira, fotógrafo do Record ganhou o 3º prémio da categoria de desporto no World Press Photo de 2007. Um feito merecido, a fotografia é fenomenal. A grandiosidade da arte assemelha-se ao feito do jovem bodyboarder Jaime Jesus, que, não fazendo jus ao seu apelido, parece um servidor de Neptuno ao erguer-se desta forma nas gigantescas ondas da Nazaré.
Parabéns ao fotógrafo pelo olhar clínico, pela paciência de Jó para captar este momento (ao frio, ao vento, no cimo de uma falésia) e ao desportista, pela coragem de se entregar a um mar revolto, turbulento e perigoso. Continuo a admirar os grandes intervenientes na construção artística.
Quanto a mim, prefiro ficar atrás da câmera e deixá-los rumar com aquelas tábuas, sensualmente vestidos de borracha, ao azul profundo e ao espumar irado de Neptuno. Bem treino o olho, mas lá dentro... são mesmo todos iguais.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Babies


Portugal é o 7º pais mais velho da Europa. Infelizmente os portugueses parecem ter-se esquecido das etapas essenciais à reprodução, pelo menos de acordo com o nosso Chefe de Estado. Na realidade, continuamos a gostar de praticar e a fazê-lo com empenho. A verdade é simples: não temos empregos estáveis, os que temos exigem cada vez mais de nós - tempo e dedicação essenciais para uma criança-, são poucos os avós disponíveis a tempo inteiro (ou estão demasiado ocupados na sua reforma, e ainda bem, ou estão tão esgotados que já não conseguem mudar fraldas, ainda que descartáveis) e, sejamos honestos, os infantários estão pela hora da morte. A nova geração de jovens não só protela a sua maturidade como também é responsável o suficiente para adiar o nascimento de crianças. A conjuntura perfeita para trazer uma criança ao mundo é cada vez mais utópica, logo... vamos adiando.

Mas Portugal é também o 2ºpaís da Europa com mais mães adolescentes. Somos batidos apenas pela Inglaterra. Ora na Inglaterra uma mãe adolescente tem direito a um subsídio e a uma casa num qualquer bairo social, facultada pelo estado. Ao que sei, em Portugal as mães adolescentes tem direito a uma infância roubada, a dificuldades financeiras, a futuros comprometidos para os seus filhos. Agora pergunto eu? O que é preciso fazer para que menos crianças dêem à luz outras crianças neste país???? Tenho duas alunas grávidas. Uma tem 16 anos. A outra 14. Os putos são para nascer. A escola nunca foi uma prioridade face à relação amorosa com rapazitos maiores de idade mas menores no entendimento. As precauções não existem até porque "só acontece aos outros" e ficar grávida é uma realidade tão constante no bairro e na família que não há preocupações acrescidas. Olho para elas e interrogo-me o que vai naquelas cabecinhas iluminadas...porque naqueles úteros vem o aumento da taxa natalidade a caminho! Serão o afecto inexistente e as familias disfuncionais a explicação? Muito provavelmente. Juntamos-lhe a pobreza, a falta de informação, a saturação mediática e social de estímulos sexuais e a falta de auto-estima e temos uma adolescente que faz tudo para provar a um marmanjo que o ama. E duas cabecitas inconscientes criam um novo ser, inconscientemente. O melhor disto tudo é a simplicidade presente nas suas respostas: "Estou grávida mas é fixe porque agora não vou ter que fazer Educação Física". Parece-me bem. Além de ter o futuro comprometido o puto já vai nascer preguiçoso.

Até os bebés estão em extremos no que toca ao Portugal de hoje. Não sei qual o melhor.

terça-feira, 11 de março de 2008

Carjacking

A expressão é nova e interessante mas bem conhecida dos portugueses já que enche as aberturas dos noticiários assim como os debates sobre a violência.
Matam muita gente perto do bairro onde trabalho. Várias mulheres dão entrada nas urgências porque têm maridos demasiado inibidos. Como não conseguem expressar verbalmente o que sentem ("amo-te" não é fácil de dizer... tem muitas sílabas), partem-lhes os braços, por vezes as pernas e, quase sempre alguns dentes. Mas devem amá-las, porque estas aceitam-nos de volta para o segundo round. Mas a violência doméstica faz parte integrante da cultura do país. O carjacking é uma novidade cool.
Carjacking passou a ser importante porque no próprio conceito se insere o roubo de carros de grande potência e marcas caras. Logo, são os ricos e bonitos que são violentamente assaltados e, infelizmente, mortos sem qualquer razão. Isto não podia ser melhor notícia. Infelizmente, as cadeias televisivas têm noção de que ser bonito, rico e bem sucedido ganha a empatia do público. "Tinha um ar tão limpinho, foram matá-lo porquê?!" Isto em Portugal vê-se tudo pela roupa e aspecto que temos, por isso, se eu decidir traficar droga mas continuar a vestir-me como uma professora tacanha e provinciana... posso mudar-me para um condomínio de luxo!
Os coitados que levam no coiro forte e feio, os miúdos que passam fome, as crianças institucionalizadas sem eira nem beira, sem pais e alvos fáceis para os abusadores sexuais, todos eles o público esquece depressa. Não têm famílias exemplares, não têm dinheiro para advogados, não são bonitos, faltam-lhes os dentes da frente... não pomos na capa. Passa à frente.
É óbvio que é lamentável a onda de violência que grassa neste país. Estou solidária com as famílias que perdem os seus entes queridos, vistam eles o que vestirem. Quero apenas destacar que a violência da "derme" esteve e está lá sempre. No sítio do costume (não é no Pingo Doce). Que comece a alastrar para a "epiderme" - outrora segura, distante, um autêntico shangri-la - já o caso muda de figura. A verdade é que ninguém procurou combater a doença no seu início, nos focos de onde emana... agora, é um alastrar natural, como em toda a violência mundial.
Se carjacking fosse o mesmo que hijacking, os "piratas" do carro levavam-no apenas para transportar algo, ou alguém - é para isso que os piratas do ar desviam os aviões: por causas maiores, defesas de nações, revindicações políticas ou lutas religiosas ridículas, como por exemplo, o combate ao infiel através da morte de inocentes (gentalha esperta! Diz que é a mando de Alá mas querem é aparecer na TV. Podiam fazer um Big Brother para estes "rebentos". Podia intitular-se "Quem rebenta primeiro?". Ao invés de serem os primeiros a sair, seriam os primeiros a "encontrar as 17 Virgens" (já não podia ser a Teresa Guilherme a apresentar a coisa)).
Os ladrões de carjacking podiam "pedir os carros emprestados" para levar a avó às urgências mais próximas, já que a proximidade das urgências deixou de ser uma realidade. Faria sentido. Seria justificável. Mas se eles não tencionam devolver o produto, não querem reféns, matam-nos logo e vão, provavelmente, despachar o produto de forma a obter dinheiro para uma nova dose... why the hell is it CARJACKING?
Seja como fôr, o que eu quero transmitir com este longo texto, pleno de excursos, é: não comprem carros topos de gama e não deixem que as pessoas mais importantes ignorem o que sentem por elas. No meu caso, apenas uma numerosa família de ciganos cobiçaria a minha monovolume para estar presente num qualquer casamento em Espanha. Ainda assim, amo-te muito.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Epitaph

Winston Churchill tem escrito na laje tumular a seguinte despedida:

" Ready to meet the Creator. Not sure if he's ready to meet me."

I guess that says it all. Thanks to my Portuguese friend who tries hard to maintain our healthy sense of humour specially being there, together with os bifes.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Those bloody SMS

This could come from someone who is alergic to mobile phones or to their tiny little keys. It could also come from people of older generations but the fact is that many older people are now keen on text messaging - my mother does it, even if it looks like Morse Code, she still gets it through.

It actually comes from me, as a teacher. I cannot bear the continuous clicking of kids' thumbs on their favourite pet machine. Supposedly, students/ teenagers see themselves as complete individuals if other people actually pay attention to them. This happens if they receive many messages (SMS). In order to receive them, it might be a good idea sending them first. The recipient feels the obligation of answering you back- no matter how unpleasant it might be for him or her.

To make teenagers feel the "love" presented by SMS feedback, mobile operators offer them thousands... let me repeat that ...THOUSANDS of free messages. Let there be love circling around communication waves! Good idea. Let me introduce you to the consequences of this brilliant idea:

* teenagers, and most younger kids have gained a new organ - it vibrates, sings, rings, and you can even play with it (there's no sexual pun intended). It is not attached to the body but you might endanger the child's sanity by taking it away from her.

* the concept of paying attention in the classroom is officially dead because this organ is way too active (the free messages from the operators were a priceless contribution).

* the language is no longer the same because it has been changed in order to fit a mobile screen (poix; pk; beixs).

* the last one worries me because the new generations are mutating - their thumbs look like the paws of rhinos: big, fat and round.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Dexter

Uma série nova com um actor já muito batido nas noites de qualidade da RTP2 traz uma lufada de ar fresco às séries de investigação criminal. Esta tem o criminoso e o bom da fita "ensandwichados" num dois em um inusitado. O mano gay do "Sete Palmos de Terra" é um cientista forense assim como um criminoso dedicado e compulsivo. Tem princípios morais apurados, que lhe foram incutidos pelo pai, o que faz com que mate, chacine, sangre, decepe, massacre - sempre com a higiene de um médico legista - apenas os maus da fita. É um vingador social com quem criamos uma empatia fácil, já que todos temos desejos de vingança bem lá no fundinho da nossa biologia irracional.
Todavia, a sua beleza e estranheza, reflectidas no encanto e grande adesão a esta série, advém do facto de tentar ser tão normal quanto todos nós, mas sem qualquer noção dos critérios para corresponder ao conceito dessa mesma normalidade. Faz as investidas mais disparatadas e descontextualizadas com a "namorada"; falta-lhe o bom senso nas relações familiares e profissionais, e apenas revela um grande êxito e satisfação quando está só ou... prestes a matar alguém. Apesar do insólito da personagem, há um momento ou outro em que nos identificamos com ele...mas não ficamos incomodados por isso. Maybe, and it's just a hypothesis, we all have a lovely silent talented hidden killer inside.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Contrasts

Passion crashes into obstacles; Reason peers around them.


Mason Cooley

Dead Portugal



Encontrei numa revista um excerto das memórias da mulher de Junot (general que comandou uma das invasões francesas - acho que foi a segunda, 1809, mas a memória da história de 7º ano já se perdeu faz tempo). A senhora chamava-se Laure e era a duquesa de Abrantes. Deu mostras de uma sapiência rara e de um olhar perspicaz, capaz de trespassar analiticamente a imagem de um Portugal em finais do século XIX. O excerto em questão reza o seguinte:
"A nobreza, salvo algumas excepções perfeitamente honrosas (...), é inteiramente degenerada. Mas o povo dos campos, que é preciso não confundir com o das cidades de Portugal, é ainda muito bom de coração, e poderia tornar-se uma nação, se os frades e os padres, ao usarem do seu derradeiro momento de poder, não dessem cabo do que resta de grande e generoso naquela nação."
Ora bem, trocamos a nobreza pela classe alta associada ao novo-riquismo da burguesia; a igreja pode ficar (embora já não usufrua nem do poder de outrora nem o conjugue com uma cega obediência do rebanho cada vez mais diminuto); para finalizar, podemos imaginar que os políticos actuais vieram substituir um D. João VI pouco dado a confrontos directos, que foge com o "grande traseiro à seringa" (é melhor confirmar esta descrição avantajada nos retratos da época). Depois de termos substituído os intervenientes da conjuntura portuguesa de há dois séculos, podemos ver que o quadro sofreu alterações "significativas": a saber, os ingleses já não estão em Lisboa (mudaram-se para Cascais e para o Algarve) e... o resto está igual! Valha-nos o bom povo que continua o mesmo coitado, explorado, deplorável, mas humilde e de bom coração. Só mesmo uns palermas como nós é que aguentamos o estado desta nação.
Rertorne Napoleon, nós ôtres te perdonés!

domingo, 2 de março de 2008

A moment




I can't help it. I love people. I love to love and I love to see people that love each other. I love photos that capture that. It's as if one imortalized that feeling.

Four Weddings and a Funeral

Vi este filme quando ainda estava na prateleira dos mais requisitados, na época em que as cassetes eram tão volumosas que só traziamos um filme de cada vez. Achei uma história divertidíssima, porque o grupo de amigos que protagonizava a cena era tão heterogénio e, simultaneamente, tão rico, louco, e tolerante face às diferenças de cada um. Seria o prenúncio do grupo de amigos que hoje me rodeia - tão descontraídos, tão diferentes e tão saudavelmente autênticos. Isso, como fazia parte de um futuro distante, era algo que apenas podia invejar. Por isso, apaixonei-me pela música dos Wet Wet Wet, pelo ar trapalhão e profundamente desconcertado do Hugh Grant e pela libertinagem ousada da Andy Macdowell ( que agora anuncia cremes "estica- a-pele").
Mas no meio de tantos casamentos, apaixonei-me pelo funeral. Melhor dizendo, pelo poema de W.H. Auden que é lido pelo jovem homossexual no momento em que se despede do seu companheiro. Verti tantas lágrimas que fui obrigada a fazer uma corrida ao Water Closet para procurar auxílio num rolo de toilet paper. Lembro-me de a minha mãe perguntar: "Tás a chorar, filha?". E eu, na minha inocência pré-adolescente, relatei-lhe brevemente a cena. Retorquiu-me: "Nã precisas de tar a chorar por causa de um par de...". Omito o restante porque é apenas reflexo da diferença geracional e do conservadorismo do Estado Novo.
A cena continua a fazer-me chorar e o poema continuará a espelhar o sentimento de perder alguém que amamos.


FUNERAL BLUES

Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.


Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message He is Dead.
Put crepe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.


He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last forever: I was wrong.


The stars are not wanted now; put out every one,
Pack up the moon and dismantle the sun,
Pour away the ocean and sweep up the woods;
For nothing now can ever come to any good.
--
W.H. Auden

sábado, 1 de março de 2008

Secret Heart

This song means a lot to me. I love the singer because she has that radical look to her, independent and wild. Still, she manages to sing about the most beautiful things in life with a strange but nonetheless tremendouly attractive voice. It's hard to find Feist's videoclips without being live ones, which might mean the lady loves the contact with the audience. I like that and I also like the fact she's coming to Portugal in June - Aula Magna - at last!

It seems some countries are expert at a certain type of production, and the more remote they seem, the more talented and inovative the production - as brilliant as the Australian actors, Canada presents us with a variety of singers which is refreshing. Feist is a good singer, composer and writer. Thank you to the friend of a friend of mine who found out about her.

I've been offered one of her CDs twice. It was the best present I got - it had a lot attached to it:).

For those who haven't discovered her, take your time and listen carefully.