quarta-feira, 30 de julho de 2008

Surf try outs

Este fim-de-semana dei as primeiras braçadas no universo desportivo do surf. Para quem estava convencida que os meninos vestidos de borracha se limitavam a dar banho à minhoca, levei uma bela tareia que alterou a minha perspectiva. A prancha, contrariamente à visão que tinha de mirone na areia, não é nossa amiga. Na realidade, a filha da mãe da tábua quer fugir debaixo de nós e a minha barriga deu-se a muito esforço para domar aquele pedaço de fibra. Para além disso, "furar" as ondas exige muita prática e jeitinho. Como não tenho nada de ambos, limitava-me a baixar a cabeça e esperar que a tábua obedecesse ao comando... Enfim, a rapariga não estava para modas. Resultado: duas nódoas negras, dores infinitas na barriga, água no ouvido direito e uns esticões dos membros superiores e inferiores, que as ondas de S. Julião parecem animais selvagens. Para a próxima, levo uma longboard (bem mais domável) e limito-me a remar na espuminha. Gosto de mar mas não sou suícida.

And there goes the beer

Há momentos em que acho estranho o radicalismo do Vitor no que toca ao serviço apresentado nos restaurantes. Ontem, teria de concordar com ele. Num jantar de amigos na cervejaria Trindade, antes de ver a peça de uma outra amiga nas ruínas do Convento do Carmo (muito boa mas levem mantinha, que as ruínas não inlcuem telhado), fomos alvo do descuido e nervosismo da empregada espanhola, ou argentina, ou... não sei. Anyway, no momento em que traz as imperiais, deixa cair a bandeja em cima do vestido da tipa que estava no início da mesa... eu. Informo que a casa-de-banho do restaurante não tem secador. Passando ao bifinho, a carne não era das melhores. A empregada retirou bebidas da mesa que ainda estavam por acabar. Passei todo o jantar com medo da cerveja seguinte. Escusado será dizer que o vestido não secou, e devidamente marinada com imperial, fui "congelar" as pernas para o Convento do Carmo. O que é feito do verdadeiro serviço e atendimento à Portuguesa? O meu vestido era uma pechincha... mas se não fosse, duvido que me dessem outro. Falta cavalheirismo e o assumir das falhas por parte do patrão. Para evitar "acidentes" destes, seria melhor escolher bons profissionais que, talvez para poupar uns trocos, são, com grande pena dos clientes, preteridos nos nossos restaurantes.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Aren't we healthy...


Numa época de perseguição ao vícios pouco saudáveis - os fumadores passaram a personas non-gratas, acantonados nas bermas das esquinas ou nos cantinhos profusamente ventosos dos restaurantes - fui recrutada para uma acção de formação sobre "Estilos de Vida Saudáveis" na Faculdade de Motricidade Humana de Lisboa.



Concordo com a necessidade de incutir nos jovens e até nos mais crescidinhos uma ideologia alimentar que dê predominância às frutas, legumes, peixe fresco e coisinhas saudáveis. Eu tento praticá-la o mais que posso. Só sou mesmo adepta da fast-food quando viajo para fora. Quando o único sítio onde posso e quero gastar dinheiro para almoçar nos Champs Elisées é o MacDonald's. Só não percebo as hipóteses que esta ideologia tem de vingar quando a fast-food é a mais barata e, de acordo com a permissão de muitas autarquias, a mais próxima dos centros de entretenimento. Também não vejo o governo muito interessado em mudar o status quo porque a comida escolar não é das mais apetecíveis e saudáveis. Os pais também não ajudam.



Vejamos este raciocínio: se eu não posso trabalhar para a Organização Mundial de Saúde por ser fumadora e, eventualmente, os meus pulmões alcatroados obrigarem, no futuro, a um despesismo evitável por parte do Estado, porque pode uma criança, com peso a mais, comer num restaurante de fast-food, que a alicia através de ofertas lúdicas, se no futuro ver-se-á obrigada a colocar uma banda gástrica, ou até mesmo uma orquestra, que implica um despesismo idêntico ou superior?


Todavia, por esta ordem de ideias, não tardará muito, seremos todos como os Vitorianos: limpos, imaculados, regrados, obedientes mas uns tarados, excêntricos e dados a vícios obscuros na intimidade. Eu gosto de mim assim. Tenho os meus vícios, mas são privados. Gosto do livre arbítrio e do respeito pelos outros. Gostaria que esta febre puritana, que teve origens em marés americanas, se desvanecesse rapidamente... Temo que assim não seja.


Voltando à acção de formação. Depois de ser massacrada com índices de massas corporais, pregas adiposas, bombas calóricas e afins, a única coisa que tinha vontade de fazer ao sair de lá era atirar-me a um pastel de nata ou um croissant como se não houvesse amanhã. Felizmente, não gosto de bispos ou mil-folhas que, de acordo com os especialistas, requerem 1h e30 de corrida para desaparecer das nossas curvas.

I demand a new house

Estava a pensar cá para comigo que, chegada a esta bela idade, ainda só plantei uma árvore, escrevi uns rabiscos e nem ameaça de criancinhas no futuro próximo. Custa-me, acima de tudo, as dificuldades para comprar uma casa. Perante as recentes ocorrências no famoso e animado bairro da Quinta da Fonte, e atendendo à minha distante ascendência cigana (ainda estou para descobrir se a minha tetra-avó fugiu numa carroça), acho que só me resta uma alternativa: acampar em frente à Câmara de Sintra, de caçadeira em punho e EXIGIR, repito, EXIGIR, uma casa. Não é uma nova. É uma minha. E até nem me importo de pagar uma renda 10 vezes mais elevada que os meus "familiares distantes" de Loures. Prometo que não vou comprar Playstations, DVDs nem vender contrabando na feira. Também não me estou a ver a esvaziar cartuchos na vizinhança, por isso, acho que até merecia uma forcinha. SENÃO, eu e o mê Lello entramos a matar.
P.S.- Estou certa que o Exmo. Sr. Seara iria gostar de me ver acampada à frente da Câmara. Para além disso, nos intervalos da espera, eu sempre podia ir comer umas queijadas ou uns travesseiros à Piriquita.

terça-feira, 22 de julho de 2008

The Heavy Weights



Da minha grande paixão, que me transporta sempre, sempre para outro lugar, deixo-vos com a arte magistral da fotógrafa Anne Leibovitz e com os actores e (rapazes, não desesperem) actrizes que tornam isto possível.


No more tradition

A festa da minha aldeia está a dar as últimas. Já foi uma das maiores festas do concelho de Sintra. Agora, como todas as tradições populares que tendem a desvanecer-se perante este anonimato que é rei e senhor dos tempos modernos, é feita da boa vontade de alguns populares para uns míseros dias em honra de Nossa Senhora de Fátima. Em boa verdade, a santa dispensaria esta honra que fura os tímpanos dos residentes durante uns dias, com a barulheira ensurdecedora de carrosséis e carrinhos de choque, para além dos concertos com os bons artistas portugueses. A santa e muitas outras pessoas. Mas a maioria gosta de mostrar a roupinha nova, de aparecer para dizer - eu sou de cá e ainda não morri. É uma forma de rever as pessoas que partilharam os bancos da escola connosco e que agora definharam; que estão a precisar de banda gástrica, ou até mesmo de orquestra; que rejuvenesceram; que tiveram filhos, etc.. Houve alturas em que me fartei de trabalhar para aquela festa mas achava o máximo o convívio. Depois cansei-me do exibicionismo saloio. Agora custa-me ver que isto acaba, que tudo e todos envelhecem e que a maré traz todos os cromos das redondezas para o baile. Custou-me isso e custou-me também aguentar a noite nos meus sapatinhos novos, giros, excêntricos e apertados. Mas enfim. Eu sou mulher e festa é festa.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

JPC2

"Os seres humanos são apenas produtos que usamos (ou recusamos) de acordo com as mais básicas conveniências. Procuramos continuamente e desesperamos continuamente porque confundimos o efémero com o permanente, o material com o espiritual. A nossa frustração em encontrar o "amor verdadeiro" é apenas um cliché que esconde o essencial: o amor não é um produto que se compra para combinar com os móveis da sala. É uma arte que se cultiva. Profundamente. Demoradamente. (...) Primeiras impressões todas temos e perdemos. Mas o amor só é verdadeiro quando acontece à segunda vista."
In Avenida Paulista, João Pereira Coutinho, Edições Quasi.
No comments.

Monogamous

I have a friend of mine who is totally and absolutely in love with all beautiful women. He's so tremendously in love with all of them that he can't have a long term relationship with just one. He has a long term relationship with desire and variety. He's fair at one point: one at a time. Still, I wonder if he will ever convert himself into a monogamous being. This is all very funny because I am on the other side of the barricade. I am the friend. I can say: poor girl1; poor girl2; she should have seen it coming, girl3. Probably some of us humans have inherited the poligamy gene and we're meant to be spreading love all around. Love in the lightest possible meaning. O chamado "amor à primeira vista", or in my friend's case "on the first glance", because it's quicker.

JPC

Gosto muito das crónicas do João Pereira Coutinho. Gosto da sua crítica esclarecida e inusitada, gosto do seu sentido de humor mordaz e adoro a clareza com que se auto-analisa, parodiando os seus defeitos e experiências ao serviço de uma arte maior - o nosso entretenimento. Gosto tanto dele, melhor, da sua escrita, que até lhe perdoo os momentos narcisistas presentes nos parênteses indicando os muito livros lidos. Quando me apercebo que partilho gostos de leitura com alguém que admiro pela sua inteligência - Philip Roth, Philip Larkin, George Steiner - fico com a sensação breve mas agradável que sou um bocadinho mais inteligente do que pensava. Um engano momentâneo não faz mal a ninguém.
Retirei do seu livro de crónicas, Avenida Paulista, um excerto que apaziguou esta minha personalidade sequiosa, permanentemente insatisfeita e carente. Não me trouxe certezas pacíficas, apenas me trouxe o conforto de me saber acompanhada de outros náufragos num mar de incertezas momentâneas.
"O casamento segundo Sondheim"
Company não é um musical sobre adultos. É sobretudo um musical para adultos, sem que o patético sentimentalismo romântico se introduza nos versos, pronto para distorcer a verdade última da nossa condição: sim, existem vários motivos para não estarmos com alguém; mas talvez não exista nenhum para estarmos sozinhos. (...) Para quê deixar entrar na nossa vida alguém disposto a sentar-se na nossa cadeira, a arruinar o nosso sono, a conhecer-nos profundamente e, quem sabe, a magoar-nos profundamente? Porque estar só é estar só, não é estar vivo. E se o leitor ainda tiver dúvidas sobre o casamento depois de ver e ouvir Company, não desespere: talvez esse seja o estado natural. Com a certeza de que a pessoa que ama terá as mesmas dúvidas. E com dúvidas ficará ao seu lado.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Lack of understanding

O reconhecimento da bondade alheia e a capacidade de valorizar o bem que nos fazem está a enfraquecer. Perante um esforço e altruísmo de um grande amigo meu, que ajudou vários outros colegas, e perante a sugestão de fazer uma vaquinha - não louca, claro, - para o presentear, uma das colegas achou que ficava caro... O jantar até era giro, mas agora estar a oferecer-lhe um presente daquela quantia ( 1 "niquinho" para uma pessoa que a ajudou a poupar "nicões"), isso já era muito... A cavalo dado nunca se deve olhar o dente mas também não se deve esquecer quando nos é entregue um "puro sangue". Há gente de memória curtinha, curtinha, para quem o bem que lhes fazem nunca é suficiente.
P.S.- Eu sei que estás a pensar "Eu bem te avisei", eu sei. Mas sabes bem que eu sou ingénua e prefiro acreditar na bondade das pessoas. Há quem tenha correspondido. E por essas, vale a pena o risco.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Crazy Horse II

Esta noite sonhei com o pónei. Sonhei que tinha asas, qual pégaso saído de um qualquer mito grego. Tinha umas lindas asas brancas e voava... por cima, bem por cima do meu carro. Mas quando acordei, a porta ainda estava amolgada!

domingo, 13 de julho de 2008

Me, myself and I

Por muito que gostemos da nossa companhia, ela acaba por se tornar entediante ao fim de alguns anos, especialmente se não tivermos com quem aliviar o fardo da solidão. Tenho colegas sós. Vê-se que estão sós. Os olhos que anseiam por conversa banal. Por algo mais do que um bom dia. Há alturas em que nem queremos que nos dirijam a palavra. Estas pessoas, pelo contrário, estão cansadas de ser invisíveis. Sente-se esse desespero lá dentro, amorfanhado na garganta mas evidente no olhar.
Podemos tentar imaginar... Estas pessoas vivem sozinhas, comem congelados em frente ao televisor a fazem zapping. Ou alugam filmes. Aos dois e três para o fim-de-semana inteiro. Ao conviverem tanto consigo mesmas, foram matando a sua bicha solitária com comida e docinhos, para satisfazer a carência que se infiltra no vazio. Não gostam da sua imagem. Disfarçam-na com cores isentas, mortiças, banais. Adoptaram outros recursos para se enquadrarem socialmente, as armas do desespero: uma rigidez e rigor implacáveis, a roçar o ridículo; um sentido de humor totalmente fora de tempo; uma simpatia excessiva, a tender para a patetice.
Todos podemos ser pessoas assim. Ou não. Basta que tenhamos sorte e alguma coisa nos corra bem: podemos ter piada, ser giros, ter carisma, presença, inteligência... tanta coisa. Algo nos desviou do caminho da solidão tenebrosa que deve tornar os dias destes meus colegas incrivelmente chatos, e, acima de tudo, profundamente tristes.
Não devia ter pena. Não devia, mas tenho. Porque ser amado, desejado, querido, estimado é tão insubstituível quanto essencial para esboçar um sorriso natural. Sinto-me uma privilegiada, como muitos o serão, porque sempre que lhes sorrio o bom dia, sorrio com vontade. Eles também sorriem de volta. Sempre educados. Mas nunca é aberto, sincero e feliz. É um sorriso de circunstância, calejado pelo hábito mas habitado por uma profunda solidão de viverem consigo e só para si.

Slap me hard

Ao tomar café, enquanto me recompunha do terrível abalroamento de que fui vítima ontem - só me lembro de uma crina esvoaçante e de um olhos esbugalhados, com os cascos sem direcção... (cá para mim a palha que o bicho comeu veio de Marrocos) - passo os olhos pelo jornal deixado na mesa. Nada de extraordinário: mulheres mortas pelos maridos, à facada, com uma caçadeira, à frente dos filhos, dos vizinhos, à saída do trabalho. O costume. Sempre por motivos passionais, claro, porque os portugueses estão cada vez mais descontrolados em questões amorosas ( o excesso de Viagra também deve afectar os poucos neurórios dos homicidas). E no meio deste amor descontrolado que povoa as nossas aldeias, encontro uma coisa inusitada: Flak dos Rádio Macau passa rasteira a Xana que cai redonda, e esta, que não tem mesmo ar de levar desaforo para casa, prega-lhe um valente estalo. Até aqui tudo bem. O pessoal estava na brincadeira, bebeu demais, enfim, os beijinhos tornaram-se dentadinhas... uma coisa leva à outra... e se tivessem acabado a buraco de caçadeira ninguém estranharia. O mais curioso é isto ter acontecido em palco, durante um concerto em Vila Nova da Barquinha. Tocavam o "Anzol". Há quem não saiba separar o amor do local de trabalho. Acontece aos melhores.

Crazy Horse

Este início do ano, melhor dizendo, este semestre, não tem sido lá muito afortunado. Não há carta surpresa que não me apareça em casa para pagar algo, não há avaria que o meu carro não queira experimentar, não há pen que misteriosamente desapareça ou problema no pc que não apareça... Com uma sorte destas, nem vale a pena arriscar jogar na lotaria ou Euromilhões. Como se isto não fosse o bastante, ontem um quadrúpede que arrastava uma carroça de recreio decide lançar-se, qual kamikaze, sobre o meu carro.
Só me apetece perguntar ao Criador (embora suspeite que o senhor deva estar sintonizado noutro canal, muito provavelmente):
WHAT ELSE? HUM? IS THERE ANYTHING ELSE?!

quarta-feira, 9 de julho de 2008

I do love them

Apesar de um discurso algo correctivo, que penosamente herdo da minha vocação para ditar certos e errados, eu até gosto muito do que faço e acredito que o faço muito bem (bem, de acordo com os alunos que eu retenho porque agora, nesta época eufemística, não se podem tratar os bois pelos nomes). Eu gosto verdadeiremente dos meus alunos. Sou bem-disposta (contradiga-me quem me conhece bem se assim não é) e animada. Aliás, não sou modesta no que toca ao elogio próprio, eheh. Como diz uma grande amiga minha "És mesmo vaidosa, :)".
Infelizmente, o meu país deixa-me triste, e esta onda de facilitismo e de nivelação pela mediocridade (em todas as áreas da formação humana e social) enfurece-me. Não consigo ficar indiferente perante a morte lenta das gerações futuras e de quando em vez lá regurgito a minha bílis alterada. Como dizia um amigo meu, que joga na equipa do Senhor Todo-Poderoso, ao discutirmos a adequação da Bíblia aos tempos modernos: "Mais do que tentar convencer-te do contrário, é bom saber que não és indiferente a tudo isto. A indiferença mata".

I know less than a 10 year-old

O programa que anima o serão das noites de Verão tem o condão de humilhar todos os adultos que se sujeitam a testar os conhecimentos há muito aprendidos e, em muitos casos, logo esquecidos. Ontem, ao jantar, estávamos solidários com as pessoas que ficavam pelo caminho sem sequer ter hipótese de caminhar um bocadinho:
-Então - perguntava o Jorge Gabriel - as ervilhas e as favas são alimentos energéticos, reguladores ou construtores?
- Reguladores (acho eu) - arrisca a senhora.
- Oh, minha amiga. A sua resposta está errada! OOHHHHHH. Então não sabia que as favas e as ervilhas são energéticas??!!!!! Vá, agora vire-se para Portugal inteiro e diga... (o que já sabemos).
Tanto eu como o Vitor estávamos há muito esquecidos das principais características dos alimentos. Gostamos muito de favas mas as ervilhas causam-me obstipação. O que me deixa o cérebro obstipado neste programa são outras coisas:
  • A formulação errada de grande parte das questões - pouco clara, com termos retirados dos novos programas (não era assim no nosso tempo) e uma sintaxe que induz em erro;
  • A turma tão arranjadinha e limpinha e elitista que é representativa da maioria das escolas portuguesas. O que é feito dos meninos ciganos, dos pretos, dos mestiços, dos emigrantes de leste, dos brasileiros, dos chineses, do pessoal das hortas, dos filhos dos pescadores? De todas as outras classes que vão à escola pública, no fundo. Humm, I wonder... Provavelmente estes meninos são todos de colégios privados, os pais têm todos uma casa de férias e dois carros topo de gama. (Mas isto sou eu a divagar. Posso estar completamente errada.)
  • O apresentador tão conhecedor de todas as matérias, com uma capacidade oratória invejável, bem como uma argumentação irrefutável. O que me enoja mais e me deixa à beira do vómito são as perguntas entoadas de sarcamo e incredulidade: "Então não sabia que as favas e as ervilhas eram alimentos energéticos?!" Como se todos estes conhecimentos fizessem parte do senso comum, e, o que é pior, do senso comum do próprio. Diga-se em abono da verdade, se o Sr. Jorge Gabriel subisse ao palanque, saberia muito mais que um miúdo de 10 anos. Eu apostava nos 12.
  • Os momentos felizes que os miúdos devem ter em casa, perante a ignorância paterna. As criancinhas já são uns ditadores de palmo e meio, cheios de direitos mas ausentes de deveres... como se isso não fosse suficiente, ainda podem ter o gozo de serem mais inteligentes que os progenitores.

É evidente que o programa também tem coisas boas. Todavia, essas não saltam tanto à vista e não me apaziguam a vertente pedagógica. Eu gosto de pedagogia mas não em doses que aniquilam a formação humana e o respeito pelos mais velhos.


domingo, 6 de julho de 2008

Net news

As notícias que surgem nos escaparates virtuais são, no mínimo, algo dúbias. Ora vejamos:
ODEMIRA
"Mulher retirada de helicóptero do mar após cair de escarpa".
Depois de mais uma, ou duas leituras, parece fazer sentido. Mas também parece que existe um helicóptero do mar, que a senhora estava dentro do helicóptero, que o helicóptero caiu de uma escarpa, que o helicóptero caiu da escarpa com a senhora dentro.... um infinito de interpretações.
Parece que o jornalista em questão quis dar destaque ao helicóptero e achou que, como nos bons cabeçalhos britânicos, muita coisa pode ser cortada. É preciso atentar nos cortes e costuras jornalísticos, não vá a notícia alinhavada sair-nos um caso mal costurado.

Mushy

Cheguei a uma altura da vida em que estou tão lamechas que me apetece dar estalos a mim mesma. Não consigo deixar de chorar cada vez que há um momento mais romântico ou dramático numa qualquer série de domingo à tarde... Isto é preocupante. Desconheço o significado do sintoma, mas desagrada-me. Até porque, quando choro, incham-me o olhos e o nariz, dificultando a condução e atraindo os olhares para a minha batata luminosa. Preciso deixar-me destas coisas... talvez tomando umas hormonas masculinas ou indo mais ou futebol, quiçá. (É melhor não optar pelos jogos do Benfica, senão ainda choro mais... e não é de alegria).