Há momentos em que o frio invernal se instala nas ruas, de forma embrionária, para, mais tarde, num crescendo de força, invadir as nossas casas, aconchegando-se nos sofás e nas camas, em luta desigual com os cobertores e as lareiras. Quando zéfiros gelados, portadores de vírus renitentes, se esgueiram pelas portinholas do nosso corpo, abrem-se alas para um infecção que nos impede de respirar, de pensar convenientemente, de se incendiar o desejo. Somos como portadores de alienígeas, prestes a ceder aos arrepios, às frieiras e à geada, pintando os quentes órgãos de um azul glaciar translúcido.
2 comentários:
As melhoras, miúda!
Obrigada, obrigada. Que os deuses te oiçam porque eu oiço mal c'mó caraças!
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