Num típico serão de sábado à noite, decidi convencer uma amiga, seguindo a sugestão de outra a ver o novo filme do Coppola, "Uma Segunda Juventude". Deveremos recear os realizadores quando atingem uma idade avançada. Outrora geniais, dá-lhes para o experimentalismo ou para a parvoeira. Não sei como catalogar este. O Vitor acharia logo que os meus gostos cinematográficos são duvidosos. Calha-lhe cada filme :))
Um homem de 70 anos é atingido por um relâmpago e subitamente começa a regenerar-se. Até aqui tudo bem... vamos juntar mais uns ingredientes:
- O homem começa a desenvolver uma espécie de alter-ego, ou dupla personalidade, if you like;
- Os Nazis tentam capturar este espécime fabuloso mas sem sucesso;
- O homem passa o tempo todo a fugir pela Europa até terminar a Segunda Guerra Mundial;
- Vai registando o seu célere desenvolvimento intelectual e a sua memória estrondosa através de registos escritos e de voz. Inventa uma língua para registar tudo isto;
- Conhece uma mulher numa passagem pela Itália que lhe lembra um amor outrora perdido;
- Encontra a rapariga numa gruta, depois de uma tempestade, convencida que é uma reencarnação de um qualquer iluminado indiano;
- Chama um linguísta italiano e levam-na numa expedição até uma zona da Índia, em busca da gruta onde a suposta rapariga, noutra vida, havia escrito textos milenares.
(É preciso ter em consideração que a jovem vai emitindo sons estranhos (sânscrito, sumério, por aí) e ao espectador é negada a habitual crítica ao legendador. Para além disso, o vizinho do lado não controlou um ataque de flatulência e o de trás, tinha bichos carpinteiros nas pernas).
- Apaixonam-se e ela leva-a para Malta. O sítio é giro mas eles não fazem muito mais do que experiências linguísticas (com cadernos e os devidos gravadores, atenção);
- Ele vai explorando o conhecimento das línguas mais antigas da humanidade (a rapariga vai tendo uns flashbacks de vidas passadas e vai envelhecendo);
- Ele deixa-a, para que ela volte a ser jovem;
- O protagonista regressa à Roménia, ao café onde partilhava os seus conhecimentos com os restantes professores universitários.... os dentes caem-lhe, envelhece e morre.
Última pergunta do filme... "Where shall I put the third rose?"... Well, I could be really dirty and tell you what I felt like saying at the time.
Um pequeno detalhe me consola. O nosso Ministro das Finanças fez a mesma escolha triste que eu e garanto-vos, a cara de caso com que saiu da sala falava por si. Se não era pela trampa de filme a que assistiu, devia ser pelas finanças do país.
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