terça-feira, 29 de abril de 2008

Shall we dance?

Transports

According to a magnificent new discovery, presented by some students, now:
you can RIDE a CAR or a BUS; FLY a BICYCLE or a BOAT (here there's an influence either of ET or James Bond) and finally DRIVE a HELICOPTER or a PLANE (that's what they thought before hitting the WTC, let us drive this baby, ALÁ!).

Dance

Hoje é o dia mundial da dança. Sugestão para os arrojados - uma salsa ou um merengue depois do jantar. Para os mais discretos ou eventuais "pés-de-chumbo", podem sempre optar por um slow, como aqueles que se dançavam nas garagens dos amigos nas festas de aniversário. A bola de espelhos era só um pretexto para os amassos. Juntem-lhe umas velas e um bom vinho tinto, para desculpar as pisadelas.

Quem ainda não descobriu a dança, perde uma excelente terapia já que se pode suar verdadeiramente (ao contrário do yoga - alguém concorda que é uma seca ou é só impressão minha?!). A dança engloba a modalidade individual e a de pares. Também há os comboios e o YMCA mas isso regista-se madrugada adentro - denomina-se modalidade alcoolizada:). Para dançar é preciso ter o espírito aberto e boa disposição. Não é preciso ser-se um Travolta nem uma Jennifer Beals, basta gostar da sensação de liberdade e ignorar os comentários dos especialistas. Se estamos a pensar na impressão que causamos, o resultado é tenebroso (parecemos os nórdicos a dançar músicas latinas...- pausa para lembrar cenas hilariantes + gargalhada ). Se nos deixarmos levar, it's amazing. Give it a try. Home alone if you're too shy.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Musicals

I have always loved musicals. From tiny elegant Fred and dazzling Ginger up until now. When all my childhood friends, realistic as they were, wanted to be hairdressers or flight attendants, I wanted to be a Broadway dancer. I guess I flew even higher, even without a plane.

I have chosen other theatres but dancing is still a passion. I suppose the only one I can't get the hang of is tango. I manage dances. Tango is all in one. It's not a plane, it's a rocket. One day, I might venture it (with the risk of damaging some feet permanently, hopefully not mine, eheh).

Here's a great version, of a great song, in a spectacular film with some harsh but passionate moves. Enjoy. Don't call it a girly stuff (men do like these things, no matter the denial).

Parenthood

Ouvia na antena3 uma discussão sobre a influência e pressão parental sobre os filhos. Tema muito em voga, porque há conselhos escritos para tudo, até para ensinar a prática da paternidade. Há quem queira os filhotes perfeitos e lhes molde todos os passos, incluindo as bolachinhas ingeridas. Há quem os queira livres, usando e abusando da permissividade. Há quem os queira felizes, sendo incapazes de responder "Não". Todos pecam por excesso ou por defeito. E os miúdos lá saem adultos excessivos ou defeituosos, com auto-estima a rebentar pelas costuras ou com uma carência infinta, como se precisassem cumprir aquilo que os pais deixaram pendente. Não há fórmulas perfeitas. A felicidade é compatível com os limites. A liberdade implica erros. Mas a verdade é que não há ninguém perfeito. Ninguém. Provavelmente, a asneira começa no momento em que se julga que a perfeição é um feito nosso. Se aceitarmos os nossos filhos por aquilo que são (incluem-se defeitos toleráveis, logo assassino e psicopata social requerem um esforço adicional) talvez resultem em adultos normais e giros. Lá terão os seus defeitos mas é isso que lhes dá piada. É na diferença que reside o mistério da vida, não na cópia dos progenitores: "Não sei a quem sais assim! A mim não é de certeza e muito menos ao teu pai!" :))))

Where are you?

No matter how hard you try to hide, there's always something that gives you away.

sábado, 26 de abril de 2008

A slight slaughter of the heart


Sometimes we have the gift of oratory. We're good or believe to be so in speaking about almost everything about us. We can give opinions on food, politics, bottoms, jobs, love... it's a never ending list. It is so much easier to give an opinion about a real concept. When it's bottoms or food, well, either they are good and tasty (respectively) or bad and tasteless, or bitter, or souer. But non-physical things, such as love, are a whole different matter. Specially if you're in the middle of it. It's blurry and messy, and foggy and your words seem just a bunch of bloody stains in your speech. I need bleach to make myself understood. Neoblanc gentil, maybe? Why is that?


The mouth opens up but it's being disconnected from the brain. The heart wants to take charge of the situation. The anger, the pain are filtered because rationality has signaled them to the litter box of the brain. However, The heart keeps on sending this ridiculous impulses up, setting them lose through your mouth and at a certain point, you just wish you were a surgeon to slash this autonomous organ, and shut it up. How does it dare to command my speech?


When you're done with slashing and cutting up the words from the heart, you're soul is bloody and you're brain severely stressed from having done all the censorship by itself. You sow your heart back in but it takes a while to beat again... your beating is weak, your words are few and you might need some CPR. Please bring the paddles. Charge them with as much love-joules as you can.
P.S.1 - Please do ignore the violence the photograph might suggest. Don't ignore its beauty.
P.S.2 - Sometimes, writing is a relief.

Do you know what this day meant?

Reportagem da SIC. Perguntaram ao jovens o que sabiam sobre o 25 de Abril, para legitimar ou desacreditar a preocupação demonstrada pelo nosso Chefe de Estado.

Perguntam a duas miúdas, com os seus 13, 14 anos:
"- O que aconteceu no dia 25 de Abril?"

Resposta: "A liberdade."

A liberdade é uma coisa que acontece... assim como os tremores de terra. A sociedade fricciona-se demasiado e tem que "soltar" a pressão, originando revoluções.

Receando nova questão, desta feita com várias alíneas, a outra jovem, com ar "esclarecido", ajuda a sua colega:

"Foi a paz. A paz." ( Uns segundos depois) É a paz."

Com tanto paz-paz, não sei o que preocupa o Sr. de Belém. Take it easy. Peace and love, man. Os jovens vão ficar esclarecidos quando votarem num outro ditador e perderem a dita liberdade. É como diz o outro: "You don't know what you got until you lose it".

I don't need any lyrics

Esta música tem a misteriosa capacidade de me levar a pensar em coisas boas e bonitas. É apenas a música, não penso na letra. Até porque não domino o islandês. Como se eu pudesse dominar alguma coisa. Poder e domínio não são afrodisíacos para mim.
O tecto de abrir de um carro. Árvores frondosas e centenárias no enquadramento. Raios de sol de um verão que finda. Um sorriso. Cheiro a maresia. Calor. Pinheiros mansos a perder de vista. Rectas de alcatrão escaldante e esburacado. Ventoinhas gigantescas plantadas em montes verdes. Pele bronzeada. Desejo. Suor. Grãos de areia entre os dedos dos pés. Atalhos à vista sem destino certo. Pausas. Sal. Entardecer. Mais sorrisos.


I just close my eyes and I bring it all back.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

EXIT

I think I need to change the set to see clearer. I am off to the beach. Thanks for the invitation, Lenita.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

The day off

I wanted to take a day off. I asked for it using holiday days. Knowing in advance the hierarchy of the place where I work, I spoke to a colleague who would glady exchange days and hours with me. Even so, the boss believes there are problems. The work is done. The students will have classes. Still, there are problems...
I believe the problems lie in bosses that are committed to fu... up the lives of their "subordinates" in order to show off their so called "power". It doesn't make them powerful. It makes them ridiculous, arrogant and little efficient. I should not be blamed for other people's miserable life. Get a dog, a dildo or write a diary. Who the hell puts these people in charge????

25th of April

Esta data deveria ser sinónimo de liberdade. Para aqueles que se viram privados dela por tempo indeterminado, tem um sabor especial. Para quem é pós-vinte de e cinco de Abril, como é o meu caso, sabe a descanso e tempo livre. A geração dos vinte e tal e dos trinta só quer libertar-se de uma coisa: do trabalho.
Eu gostaria de aproveitar o dia para fazer coisas mais construtivas do que apenas corrigir testes. A obrigação vem primeiro e depois o hedonismo. Talvez vá dar à perna à tarde, num jogginzito há muito protelado, ou numa caminhada soalheira pela linha. À noite, vou dar à cabeça e ao resto do corpo. A dança é uma excelente terapia para desempoeirar. Se o cartaz for sedutor e se ainda houver bilhetes, dou um salto ao Indie Lisboa. O sol deu sinal de vida e há que darmos sinal de que a nossa não esmorece.
Se souberem de outras sugestões interessantes, é favor lançá-las no espaço dedicado aos convidados:). Bom feriado a todos. Comemorem a vossa liberdade. Não se esqueçam do quão preciosa é.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Thanks, laboratolarilolelas

Por vezes, encontramos vídeos que nos deixam sem palavras. Não sei se é da coreografia, dos adereços, das protogonistas vestidas de ganga (lindo), ou, até mesmo, da poesia presente na cena do Bleck and Decker - aposto que esta pista vos desperta o apetite. Parabéns ao Markl, que deve passar noite inteiras acordado para descobrir estas maravilhas da música portuguesa emigrada no Canadá. Um delírio!
Para recuperar a alegria de viver, é favor clicar na "obra de arte" abaixo postada.

Beauty

Sometimes, some moments, some voices, some songs... are irreplaceable. I bow before this one - Chilling.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Final

Gosto deste poema. Sempre preferi os cães aos gatos mas abro uma excepção a esta felina.

Quero acabar como uma gata,
beber leite em tigelas de barro,
comer peixe fresco e fetos.
Quero ser uma gata para me deitar
entre os livros que estás a ler,
deixar pêlos meus pela casa toda,
arranhar-te as pernas.
Quero acabar como uma gata,
para que me fales quando estiveres só,
convencido de que nunca te vou compreender,
rasgar-te papéis importantes,
extraviar adornos de valor.
Quero ser uma gata para de noite subir aos telhados
e ouvir-te desesperado a chamar-me:
Miau, miau, miau, miau...



Zoé Valdéz

My school

As escolas são tão diferentes quanto as realidades que as abarcam - os alunos, os professores, os funcionários, as instalações, etc.. A minha escola é especial. Todas as escolas são especiais quando a sentimos nossas. Esta é especial porque se trata de um território de intervenção prioritária. Perguntar-se-ão neste momento "Qual é a prioridade?". Para o Ministério não sei. Para mim: sobreviver. Na minha escola, o momento de entrada para as aulas assemelha-se aos recentes motins no Quénia. Na minha escola não há barulho... há um ruído ensurdecedor, de furar os tímpanos e provocar enxaquecas. Na minha escola há miúdos pobres, com fome, de famílias disfuncionais, totalmente desenraízados que, por todos estes motivos e também porque lhes apetece, vão armados para as aulas, agridem os colegas porque "Ele me estava à provocá" (e este provocar pode ser o simples chamar pelo nome) e ofendem os professores, desrespeitando as suas ordens, roubam fora e dentro do espaço escolar e gritam como se não houvesse amanhã. Esta é a minha escola este ano. Deve haver piores (esta frase é uma forma de suavizar o esforço e de me confortar porque, na verdade, não as deve haver). Esta é a minha realidade, felizmente apenas por um ano. A vida não é perfeita. É verdade. Mas pela primeira vez na minha vida, estou a esgotar as estratégias e o que era um prazer antigo está a revelar-se um fardo difícil de suportar. Acredito que, dadas as circunstâncias, estou a sair-me muito bem (ainda não fui agredida, o carro não tem riscos novos e o telemóvel é o mesmo), inclusivé, nas aulas. Ultimamente tenho contado os dias...sinto-me parte do Prison Break.
Ainda não percebi como uma riqueza e variedade de exemplos escolares desta natureza pode passar despercebida ao Ministério da Educação. Sra. Ministra, iríamos adorar recebê-la. E os nossos meninos também!
Vou colocar aqui algumas pérolas do quotidiano escolar. Salvaguardo a existência de bons exemplos. Todavia, os que se seguem fazem as delícias dos incrédulos e legitimam o ambiente asséptico dos colégios particulares de elite. O nível das pérolas procurou ser suavizado, em alguns casos, através do uso da língua estrangeira:
  • Student of the 5th form, around 13 years of age, opens the door of a classroom and shouts at the teacher (who did not know him): "YOU BLONDE BITCH".
  • First day at school. Teacher: "So, why don't you want to introduce yourself in English?"... Student: "Well, I already know how to speak English."... Teacher: "That's great. Say something."...Student. "WANNA FUCK?"
  • Teacher. 6th form. Teacher: "Your behaviour is unacceptable. Leave the room at once." ; Student: "Chill out teacher. I'm going. Don't get so stressed you might lose some of your hair... on your head and down below."
  • Teacher: "You are being very rude, young lady. Get back to your seat." Student: "Vai pó.....
  • P.E. Teacher. Outside the school. Speaking on the phone. Student passes by and screams in her hear "És toda boa!!!"
  • Teacher: "The class board of the teachers has decided to punish you for your behaviour. More homework."... Student: "It must have been that teacher...That COW."

Há mais, muitas mais e piores. Como não posso desenhar as agressões, nem pôr cadeiras a voar, aguardam-se cenas dos próximos capítulos. Garanto-vos que acção há de sobra. Mais que nos fimes do Jackie Chan.

domingo, 20 de abril de 2008

Some films are better left unseen

Num típico serão de sábado à noite, decidi convencer uma amiga, seguindo a sugestão de outra a ver o novo filme do Coppola, "Uma Segunda Juventude". Deveremos recear os realizadores quando atingem uma idade avançada. Outrora geniais, dá-lhes para o experimentalismo ou para a parvoeira. Não sei como catalogar este. O Vitor acharia logo que os meus gostos cinematográficos são duvidosos. Calha-lhe cada filme :))
Um homem de 70 anos é atingido por um relâmpago e subitamente começa a regenerar-se. Até aqui tudo bem... vamos juntar mais uns ingredientes:
  • O homem começa a desenvolver uma espécie de alter-ego, ou dupla personalidade, if you like;
  • Os Nazis tentam capturar este espécime fabuloso mas sem sucesso;
  • O homem passa o tempo todo a fugir pela Europa até terminar a Segunda Guerra Mundial;
  • Vai registando o seu célere desenvolvimento intelectual e a sua memória estrondosa através de registos escritos e de voz. Inventa uma língua para registar tudo isto;
  • Conhece uma mulher numa passagem pela Itália que lhe lembra um amor outrora perdido;
  • Encontra a rapariga numa gruta, depois de uma tempestade, convencida que é uma reencarnação de um qualquer iluminado indiano;
  • Chama um linguísta italiano e levam-na numa expedição até uma zona da Índia, em busca da gruta onde a suposta rapariga, noutra vida, havia escrito textos milenares.

(É preciso ter em consideração que a jovem vai emitindo sons estranhos (sânscrito, sumério, por aí) e ao espectador é negada a habitual crítica ao legendador. Para além disso, o vizinho do lado não controlou um ataque de flatulência e o de trás, tinha bichos carpinteiros nas pernas).

  • Apaixonam-se e ela leva-a para Malta. O sítio é giro mas eles não fazem muito mais do que experiências linguísticas (com cadernos e os devidos gravadores, atenção);
  • Ele vai explorando o conhecimento das línguas mais antigas da humanidade (a rapariga vai tendo uns flashbacks de vidas passadas e vai envelhecendo);
  • Ele deixa-a, para que ela volte a ser jovem;
  • O protagonista regressa à Roménia, ao café onde partilhava os seus conhecimentos com os restantes professores universitários.... os dentes caem-lhe, envelhece e morre.

Última pergunta do filme... "Where shall I put the third rose?"... Well, I could be really dirty and tell you what I felt like saying at the time.

Um pequeno detalhe me consola. O nosso Ministro das Finanças fez a mesma escolha triste que eu e garanto-vos, a cara de caso com que saiu da sala falava por si. Se não era pela trampa de filme a que assistiu, devia ser pelas finanças do país.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Marriage


Tenho dois colegas de trabalho à minha frente a preparar pormenorizadamente o casamento de amigos próximos. Se as pessoas que vão em frente com esta festa tivessem noção do dinheiro que irão precisar para arranjar carros, pagar multas, prestações de casas, entre outras coisas giras, não investiriam tanto dinheiro num só dia... Há que louvar o investimento e a dedicação. Acima de tudo, a crença de que vale a pena.



Repetem constantemente "é uma surpresa, o noivo não sabe...". O casamento é sempre uma surpresa. Há tanta coisa que o noivo não sabe nem adivinha relativamente ao que tem pela frente, ... nos muitos anos em conjunto com uma mulher - estes pequenos brindes não são nada perante a odisseia recambolesca que o espera. A ele e a ela. Já dizia a minha avó "O casamento é uma carta fechada". O engraçado está nos progressos que se fizeram, nas cartas de foram sendo abertas antes de tempo, nas descobertas devidas. É engraçado porque apesar de todas as alterações no conhecimento do outro, o envelope foi, de facto, aberto, mas a carta continua indecifrável. Resta-nos a esperança de poucos que ainda acreditam valer a pena a festança. Também lhes darão graças, os serviços de catering e proprietários de quintas para aluguer.


P.S. - A "Avé Maria" de Schubert continua a ser a melhor abertura para a entrada da noiva. Há que ser enforcado com estilo.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

I wouldn't call it delivering services...

1º Tem uma multa para pagar. Papel vindo do tribunal referente a mensalidades da ADSL em atraso.
2º Ligo para a PT - "Impossível, a linha foi cancelada há 4 anos."
3º Resposta da PT -"Essa linha está activa!"
4º Olhos esbugalhados "Como, enviei um fax para o nº que me enviaram..."
5º Resposta do outro lado da linha "Desculpe minha Sra. mas não recebemos nada".
Tempo de pausa para me aperceber do dinheiro perdido até ao momento e procurar os comprovativos de um cancelamento feito há quatro anos... vómitos, tonturas, náuseas. Long gone papers.
6º Novo telefonema para a PT- "Eu já não vivia nessa casa e, não pagando (dado que "não receberam" o fax hum, hum) o serviço é cortado, não é mesmo?"
7º Resposta da nova operadora no linchamento do cliente "O serviço é suspenso mas a linha continua activa" (referindo-se à ADSL). Deixa-me ver se percebi: não tenho acesso à net, mas a linha continua activa... e eu preciso pagar pelas ondas que a linha transmite... mesmo não acedendo ao serviço. Porreiro, pá!
8º Envio novo fax para novo número dado pela operadora de linchamento do cliente para cancelar a linha telefónica. Terça-feira.
9º Sexta-feira - balcão do centro comercial Vasco da Gama: "aqui não se pagam multas".
10º Acelero até às Laranjeiras. Loja do Cidadão - "Encontro o seu processo, mas não as facturas. Têm mais de seis meses"
Resposta: "Pudera, são de há 4 anos."
Pergunta: "Não tem nenhuma consigo? Precisa de ir à sede a Picoas, então".
Resposta: "Se soubesse que ainda me estavam a enviar essas facturas, tê-las-ia pago. Correspondem a uma linha que cancelei há 4 ANOS! Para que querem vocês o serviço informatizado?
Nova pergunta: "Confirme-me so, por favor, se a linha já foi cancelada?"
Resposta: "Está activa e não deu entrada nenhum pedido."
Pergunta com espuma e cabelos no ar, seguida de ordem absolutista: "Como???Cancelei outra vez a semana passada. Cancele já aqui, por favor."
Resposta que n devia ser dada: "Claro, tem que ir ao balcão do lado." (Com 15 pessoas à frente, fluindo como lesmas).
Pedido/ Ordem: "Traga-me o livro de reclamações, por favor."
Resposta ilegal: "Não temos aqui no balcão. Tem que ir à gestão de lojas do terceiro piso."
Hoje de manhã. Sede da PT no Picoas. Antes de esperar e desesperar mais uns minutos largos, paguei a multa.
11º Balcão da Sapo, filhote da PT.
Quando só me apetece esganar todas as pessoas que fornecem indicações erradas no que toca ao serviço ao cliente. A T-shirt do funcionário tem um sapo com uma auréola e diz o seguinte:
A culpa não é minha.
12º Pensamento meu: "You've got to be kidding me".

domingo, 13 de abril de 2008

Heart


Um dia, acontece-me como no genial título de um filme francês que nunca cheguei a ver e


de tanto bater, o meu coração pára.

Le cinema français

Num texto anterior esqueci-me de dizer que gosto de canela. Ainda para mais é afrodisíaca (or so they say).
Ontem fui espreitar um filme francês, de um realizador que não conheço mas que dizem os meus amigos, connosseurs de cinema e grande apreciadores dos francófonos, ser muito bom -Alain Resnais. Tento baixar a amuralha e permear-me de ideias europeias, não só da insularidade britânica ou dos primos americanos. Nem sempre é fácil. Sou demasiado anglófona.
Os retalhos da vida de desconhecidos, retirados de um quotidiano tão real que enfada, cujas vidas se cruzam esporadicamente e de forma casual, sem qualquer seguimento ficcional, não me entusiasmaram. À minha amiga também não. Precisamos de uma arte que nos ajude a escapar do dia-a-dia. Efeitos especiais precisam-se, infelizmente. Valha-nos o vinho tinto que aligeirou o nosso enfado, fazendo pesar as pálpebras.

sábado, 12 de abril de 2008

2nd in Line

- Hi. How are you? Long time no see.
-Yep, that's right. Everything's fine. And you? Are you alone?

- Me?! Yep. I'm done with her.
- Really? What went wrong?

- She wanted me to change a lot of things... It became a heavy burden to carry. I can't stand when people try to change me and rip me off. She was too young.
- People or women?

- I just like being myself. You know that. You're the same.
- Is that a hint to say that I know you well and that we are similar?

- No, it doesn't mean anything. It means you know me well.
- Right. Exactly how much time do you think you'll need to get me in bed?

- For God's sake! I just want to meet up and have a cup of coffee. Why do women always think that? Men have other things on their mind.
- How long has it been since you haven't get properly laid?

- It's not that. I would never called you for that!
- Why not? Do you mean I am a bad f....?!

- Of course not! You were great... In fact I usually remember...
- See, you want to get laid. Why don't you just ask me so instead of disguising it as a "cup of coffee". It's more of a "coffee to copulate"!

- You seem cold... distant.
- It's 4 degrees. I'm in Évora and you in Lisbon. Yes, I am cold and distant.

- What has happened to you? You were such and affectionate woman...
- Meaning I always let you be on top and in control?

- Why does every thing I say has to be transformed into sex?!
- Because that was the only reason you'd ever called me, Manel...
How're your wife and kids?

- They're ok. The older is going to college. And yours?
- They're fine. Thanks for asking.

Likes and dislikes

Aceito o desafio do meu amigo Paulo e vou tentar ser clara. Sabendo de antemão que é o que menos me interessa.
Gosto de escrever. Não gosto de falar para públicos desconhecidos. Gosto de pão quente com manteiga. Gosto do cheiro das papoilas. Não gosto de invernos rigorosos. Destesto dias cinzentos. Não gosto de praias apinhadas. Gosto do mar da manhã, translúcido, todo só para mim. Não gosto de nadar em águas pouco límpidas. Não gosto de algas. Gosto de areia. Não gosto do frio. Não gosto de estar com frio na cama. Gosto de fruta. Gosto de correr, de suar e tomar banho de água fria logo a seguir. Gosto de trabalhar com prazer. Não gosto de falta de educação. Não gosto da ausência. Não gosto de pessoas tristes à minha volta. Adoro ser o bobo da festa. Gosto de cinema, gosto de dançar, gosto de ver dançar. Gosto de música. Não me canso de ouvir música. Gosto de ser "conduzida". Não gosto de estradas com buracos. Não gosto de golf, já que falamos em buracos. Gosto de cartas de amor. Não gosto da distância. Gosto de me sentir amada. Gosto de pêssegos-rosa. Não gosto de buço, nem pêlos no resto do corpo. Não gosto de ir à cabeleireira mas gosto de mudar de visual. Gosto de viajar. Não gosto de perder a bagagem. Gosto de aterragens. Não gosto de descolagens. Gosto de amar. Gosto de comer. Não gosto de dobrada. Gosto de ler. Gosto de quebrar a rotina. Gosto de lingerie. Gosto de batôns. Gosto de mãos. Gosto de pés. Não gosto de calos. Gosto de sorrisos. Gosto de beijos. Gosto de abraçar as pessoas. Não gosto que me apertem. Detesto ter que repetir as coisas. Não gosto da preguiça. Não gosto da inveja. Não gosto da incompetência. Gosto de casas luminosas e quentes. Gosto de conversar na cozinha. Gosto de cozinhas. Gosto de aventura. Gosto do exótico. Gosto de quem se lembra. Gosto de me lembrar. Gosto de vinho tinto. Não gosto de cerveja. Gosto de surpreender. Gosto de ser surpreendida. Detesto discursos. Não gosto de comédias românticas. Gosto de dramalhões. Não gosto das multinacionais. Detesto a PT e a Brisa. Gosto de história e línguas. Detesto matemática. Gosto da diferença. Não gosto dos meus dedos mindinhos dos pés. Gosto de concertos. Gosto da minha boca. Não gosto dos meus cabelos brancos. Não gosto de pintar o cabelo. Não gosto de esperar. Gosto de fazer as coisas com calma. Não gosto de dormir muito. Gosto de sol na minha barriga. Gosto de porta-chaves. Gosto de cartões. Gosto das agendas da Moleskin. Gosto de ouvir falar italiano. Não gosto que me tomem por certa. Não gosto de rios. Gosto de mar. Gosto do cheiro da terra molhada. Gosto do cheiro dos bebés e dos livros novos. Adoro livros. Gosto de banheiras. Gosto de ter razão. Não gosto de chorar. Não gosto da morte. Gosto do Coiote. Do Papa-Léguas nem por isso. Gosto de partilhar. Não gosto de passar o dia inteiro em casa. Gosto de sábados. Não gosto de domingos. Detesto o cheiro do tabaco entranhado na roupa. Gosto de fumar com o café. Gosto de futebol. Gosto de perceber. Não gosto da indecisão - ou gosto ou não gosto. Gosto dos meus "nãos". São mais seguros que os meus "sims".

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Today I feel like...


Hoje apetece-me fingir que tenho todo o tempo do mundo para ver o resumo da liga dos campeões, a série Dexter na RTP2 e o filme "Três Reis" na RTP1. Provavelmente não terei tempo para nada disto.


Hoje apetece-me enfiar-me numa gigantesca banheira de água quente, esquecer a consciência ambientalista, e mergulhar numa espuma infinita de sais. Assim como esta - linda, branca, imaculada, infinita. Sempre adorei banheiras. São um espaço neutro, de reciclagem do espírito e limpeza dos poros. Apetece-me amolecer a alma, porque o corpo já está todo partido. Aproveitar para descobrir como fiz esta nódoa negra...


Hoje apetece-me pensar que amanhã terei a manhã toda para ouvir a chuva e o vento fustigar a janela do meu quarto, enquanto me espreguiço debaixo dos lençóis.


Hoje apetece-me fingir que tenho outra conta bancária, outro emprego, outro tempo atmosférico, outra casa, outro carro, outra idade... tanta outra coisa.


Hoje, apetece-me. Daqui a pouco mato esta vontade e amanhã finjo que nada disto me despertou o apetite.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Intimacy

One of my biggest friends once said: "The biggest intimacy between a couple is when both are sharing the same bathroom and while one is brushing his/her teeth, the other is taking a dump."
I have never found a truth to outmatch this one.

Only child


I truly hate being an only child. It's a lot better having someone around to share the joys of life, the pains and anguishes together with the punches and kicks. I hate blaming it on the dog (he's not that clever to break things up and glue them afterwords) and not getting away with it. The only advantage of having parents all to myself is having aquired good escaping and hiding skills... But that's like a hidden mine. It blows up in your face when you least expect.

Because of my so called loneliness, I have longed for a brother (it could have been a sister but a brother would have enabled me to be wilder, eheheh). I have found one, by accident, by coincidence and by similitude. It was one of the best findings and it wouldn't have been better if we shared the same blood. For someone who is as good as I am when one needs to fake but who is too clean in his soul to live like that. Again, to me you're flawless, even with all your faults.

For you, Luiggi:) Thank you for being my "big brother". Happy birthday.

P.S.1- Next time I will write in "saloiês".
P.S.2 - You should really stop smoking!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Love

"Of all forms of caution, caution in love is perhaps the most fatal to true happiness."

Bertrand Russel