Sendo Portugal um Estado laico, interrogo-me sobre as várias emissões em directo que passam na televisão que, supostamente, presta um serviço público a todos os portugueses. Não sei o que aprenderão os budistas, muçulmanos, protestantes, judeus e hindus portugueses, entre outros. Sei que eu não aprendo nada. Gostaria que estas emissões vindas de Fátima (emissões televisivas, que a dita senhora não deve apreciar nem as oliveiras de agora e muito menos os jovens pastores e portanto não "emite" mais nenhuma aparição) me elucidassem sobre a fé dos portugueses e a o eventual poder da mesma (curas, paz de espírito, afterlife, whatever, something). Mas não. Interrogo-me porque estarão tantos pinguins esbranquiçados de sotaque rural, com reminiscências de interior profundo à sombra, com ar de bons repastos e bons vinhos bebidos no lugar de sangue do Senhor, falando para um multidão de gente à procura de algo, à torreira dado o seu lugar na hierarquia. Alguns regressarão ao país que os acolheu, outrora emigrantes esfomeados, devidamente abençoados. A benção será tanta que poderão ser chamados antecipadamente para o reino dos céus através de um qualquer acidente estúpido numa auto-estrada francesa. Seja feita a buntade do Xínhôr.
Será que as tentações deste país não superam a vocação de orar para um povo vazio de ocupação? Não haverá carnes fracas entre aqueles todos aqueles senhores abatinados, descansando à sombra do mausoléu erguido em cima de uma oliveira? Onde estão os bons velhos franciscanos? Quem, destes senhores que vejo na televisão anda de aldeia em aldeia para abdicar de si e ajudar quem mais precisa? Poucos ou nenhuns. A bancada está cheia.
Fátima não me diz grande coisa. Mesmo assim, lembra-me uma passagem bíblica:
Marcos 11:15 E foram para Jerusalém. Entrando ele no templo, passou a expulsar os que ali vendiam e compravam; derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas.
Marcos 11:16 Não permitia que alguém conduzisse qualquer utensílio pelo templo;
Marcos 11:17 também os ensinava e dizia: Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações? Vós, porém, a tendes transformado em covil de salteadores.
Será que as tentações deste país não superam a vocação de orar para um povo vazio de ocupação? Não haverá carnes fracas entre aqueles todos aqueles senhores abatinados, descansando à sombra do mausoléu erguido em cima de uma oliveira? Onde estão os bons velhos franciscanos? Quem, destes senhores que vejo na televisão anda de aldeia em aldeia para abdicar de si e ajudar quem mais precisa? Poucos ou nenhuns. A bancada está cheia.
Fátima não me diz grande coisa. Mesmo assim, lembra-me uma passagem bíblica:
Marcos 11:15 E foram para Jerusalém. Entrando ele no templo, passou a expulsar os que ali vendiam e compravam; derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas.
Marcos 11:16 Não permitia que alguém conduzisse qualquer utensílio pelo templo;
Marcos 11:17 também os ensinava e dizia: Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações? Vós, porém, a tendes transformado em covil de salteadores.
2 comentários:
Marx é que tinha razão: a religião é o ópio do povo. E Fátima é um triste exemplo disso... :|
Um ópio que faz poucos muito ricos, infelizmente.
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