A minha mãe quer ir à corrida da Mulher Contra o Cancro, na Expo, no dia 9 de Novembro. Acho a atitude louvável, assim como a iniciativa. Venho de uma família cheia de energia, por isso, nada melhor do que queimar algumas calorias. Todavia, eu sei que a minha mãe quer inscrever-se porque ele vai. Ele, o fenómeno. O Tony, o Tony Carreira. Este homem tem mais fãs do que os U2! A pontezinha de madeira da Expo vai abaixo quando o pelotão "tony" passar atracado ao cantor. Eu já perdi a conta à quantidade de bilhetes que comprei na net para concertos do senhor. E nunca fui a nenhum.
Quem sabe, a título de estudo sociológico, não me aventuro pelas multidões perfumadas, de vozes límpidas e peito farto, e fico-me a olhar e a ouvir "o menino da aldeia". Na realidade tenho medo. Tenho medo de gostar tanto dele que depois me sinta impelida a segui-lo até ao fim do mundo. Nunca devemos subestimar estes fenómenos. Elas regressam dos concertos muito felizes, com a alma leve e o coração cheio.
A única coisa que me levará a inscrever numa corrida, em princípio sobre uma ponte, uma vez mais, é poder estar ao lado do Primeiro. Para me encostar ao Primeiro. Para derrubar o Primeiro. Para ver a queda no Tejo e sonhar com um futuro brilhante. Mas enquanto isso não acontece, sou capaz de ir a um concerto para fingir que está tudo bem. Mas Tony ainda não. Não estou preparada. Sigur Rós, maybe.
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