Quando me arrancaram o primeiro cabelo branco aos 24 anos, estava longe de acreditar que "por cada um que arrancares, nascerão sete". Aparentemente, nascem gerações e gerações infinitas de clones branquinhos que povoam as cabeças nas zonas mais ou menos expostas. Infelizmente, os meus gostam de dar nas vistas. Eu, pobre coitada, vaidosa sim mas sem grande paciência para manicures, cabeleireiros e estranhos a mexerem-me nos pezinhos, deparo-me com o dilema de "pintar ou não pintar" o fraco couro cabeludo que herdei. Este exibicionismo de pureza ao lado dos meus olhos, muito escuros, envelhece-me a alma e, pior que tudo, faz-me mesmo parecer mais velha. Com tanto relatório, acta e matriz com que me entreter, tenho agora que empreender uma luta com o tempo que, certo está, irei perder certamente. Mas o último a rir é quem ri melhor e nem que tenha que os rapar ou voltar aos tempos de Maria-Rapaz, hei-de vencer estes palerminhas que insistem em povoar o meu lindo "casco".
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