Vamos imaginar que nunca passei pela experiência encantadora e profundamente ilusória do matrimónio. Vamos fingir que adorava vestir-me de noiva (deve ter sido das poucas vezes em que me senti verdadeiramente especial, desculpem-me a franqueza.) Vamos supor que quero convidar os meus amigos e amigas para testemunhar o meu voto de compreensão e amor eternos, no civil claro, porque a Igreja mete-me medo. Vamos conceber que os anos de convivência, partilha, sorrisos são prova de que algo bom foi construído por duas pessoas que estabeleceram laços para a vida e que agora os querem ver oficializados. Vamos imaginar que a minha namorada quer o mesmo. E agora - imaginando que sou homossexual - imaginemos que não posso fazer nada disto porque gosto de mamas e rabos femininos. O Estado nada tem a ver com o que faço com o meu corpo, as minhas mãos, a minha boca. Quem eu toco, quem eu beijo, a quem dou prazer, quem me dá prazer. Uns não são mais e outros menos. Que pensarão os gregos, para quem a homossexualidade masculina era sinónimo de admiração e grandeza do ente amado, que deram corpo à ideia desta democracia? This wasn't supposed to turn out this way, was it? (Mas em grego, claro).
2 comentários:
Ena! Que bem! Tou orgulhosa de ti! És sem dúvida especial (mesmo sem o vestidinho de noiva!)
e já agora a música no Indochina é FANTÁSTICA! (perdoa o entusiasmo mas o texto é bom!)
Estás perdoadíssima, claro.
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