quinta-feira, 7 de maio de 2009

Oprah2

Como seria de esperar numa afro-americana politicamente correcta, não houve grande polémica nesta entrevista aos pais de Madeleine McCann. Também não houve fortes críticas à intervenção da polícia judiciária portuguesa. Se os pais são, de facto, inocentes, deixaram a impressão de dor e angústia provocadas por um vazio interminável, inexplicável e permanente. A mãe pareceu-me enraivecida e também percebo porquê, se, mais uma vez, esta for inocente. Na descrição do que se passou naquela noite, uma culpa não pode ser ilibada: a da negligência parental destes so called civilized and evolved English couples: deixaram os filhos a dormir sozinhos, longe de qualquer presença adulta, num país estrangeiro que, seguro ou não, terá os mesmos tarados que qualquer outro país. Acredito mesmo que a dita aparente segurança de que Portugal goza no estrangeiro é um convite aos tarados internacionais para caçarem nas nossas águas. Lamento profundamente pelos pais que não têm os seus filhos por perto nem sequer um túmulo onde carpir a sua perda. Há momentos em que a abolição da pena de morte me parece um desperdício perante a maldade humana que se esconde por esse mundo. Depois esqueço-me do desejo vingativo e volto à minha vida normal. Estes pais, infelizmente, nunca o poderão fazer.

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