terça-feira, 19 de maio de 2009

Christ Almighty

Depois de ver as celebrações do quinquagésimo aniversário daquele senhor que abraça Lisboa ( e faz bem, já que se atendermos à opinião sempre credível do Sr. Mário Lino, tem um deserto pelas costas) interrogo-me sobre o que mudou desde o nascimento da grande estátua. Tirando os lenços pretos e os buços carregados nas mulheres provincianas, os chapéus pretos e os relógios de algibeira dos homens machistas, o resto está tudo lá: a devoção quase inexplicável, a eterna crença nos milagres que nunca chegam, a primazia das imagens face à bondade humana. Portugal apenas parece ter aliviado o luto. Tudo o restante mantém-se, tão firme e hirto como o rapaz que lá está pregado à margem, à espera sabe-se lá do quê. Se for pelo fim da crise, arranjem-lhe uma cadeirinha que já não deve poder com as pernas.

2 comentários:

J. Maldonado disse...

"(...)daquele senhor que abraça Lisboa ( e faz bem, já que se atendermos à opinião sempre credível do Sr. Mário Lino, tem um deserto pelas costas)"

Essa boca foi muito foleira... é que eu estou nas costas desse senhor... :)

Cassandra disse...

Então estás bem porque há praias maravilhosas por aí.