Depois de ver as celebrações do quinquagésimo aniversário daquele senhor que abraça Lisboa ( e faz bem, já que se atendermos à opinião sempre credível do Sr. Mário Lino, tem um deserto pelas costas) interrogo-me sobre o que mudou desde o nascimento da grande estátua. Tirando os lenços pretos e os buços carregados nas mulheres provincianas, os chapéus pretos e os relógios de algibeira dos homens machistas, o resto está tudo lá: a devoção quase inexplicável, a eterna crença nos milagres que nunca chegam, a primazia das imagens face à bondade humana. Portugal apenas parece ter aliviado o luto. Tudo o restante mantém-se, tão firme e hirto como o rapaz que lá está pregado à margem, à espera sabe-se lá do quê. Se for pelo fim da crise, arranjem-lhe uma cadeirinha que já não deve poder com as pernas.
2 comentários:
"(...)daquele senhor que abraça Lisboa ( e faz bem, já que se atendermos à opinião sempre credível do Sr. Mário Lino, tem um deserto pelas costas)"
Essa boca foi muito foleira... é que eu estou nas costas desse senhor... :)
Então estás bem porque há praias maravilhosas por aí.
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