domingo, 16 de novembro de 2008

BIMBI

Reconheço que sou um bocadinho marota... pronto. Gosto de piadinhas picantes e de "abandalhar" as conversas monótonas. No fundo, gosto de apimentar o mundo quando o sinto demasiado cinzento à minha volta. Não quero com isto dizer que desgosto da comida tradicional, mas não me nego a umas boas especiarias indianas ou a uns chilli mexicanos. Ontem, num jantar de aniversário de um amigo, arrisquei demasiado. Conheço muito bem este amigo e a namorada. Dou-me bem com os dois. Ele não é nada politicamente correcto no que toca à linguagem e o "sexo" está lá sempre. Farto-me de rir com ele. Ontem, a maioria das convidadas femininas estava ou grávida, ou grávida e com filhos, ou com filho recém-nascido, ou com várias crianças.... Last time I checked - no, no babies, no, no pregnancy. No início parecia que a conversa iria variar, quiçá eventualmente abordar áreas como futebol, política, status quo... Na vertente masculina sim, os homens sabem sempre contar piadas interessantes e rir de si mesmos. Como já se sabe, não deixam de ser egoístas depois de serem pais. Sê-lo-ão menos, mas o seu umbigo continuará a ser, bem no âmago, o centro do seu mundo. Mas as mulheres.... as mulheres! Eu quero ter filhos, a sério, quero muito, mas quero continuar a gostar de mim e a interessar-me por outros assuntos para além das fraldas e da "mustela". Anyway, quando uma das intervenientes já quase chorava depois de referir que tinha feito um corte no dedinho do filho enquanto lhe cortava as unhas (já viram bem o tamanho das unhas dos recém-nascidos? Não é mais prático colocar-lhes umas luvas até saber onde começa a unha e acaba o dedo?) comecei a sentir-me enjoada. É a chamada gravidez por osmose. Depois disso, a conversa só podia seguir uma direcção - cozinha. Lá vem a comida, a queixa de que os homens não ajudam, não colaboram (não são todos assim :)) e a maravilha da BIMBI! A BIMBI faz, acontece, produz verdadeiras maravilhas da culinária, e ao introduzir este robôt na nossa vida é como ter uma versão compacta e pouco dispendiosa do Jamie Oliver na nossa cozinha. Nessa altura, quando eu a Ana (com dois filhos saudáveis e bem criados mas, apesar disso, não tão obcecada pela maternidade) já estávamos quase a dormitar na mesa, eu pergunto, num grupo só de mulheres: "Será que não há uma BIMBI versão vibrador... assim daqueles que faça tudo?". A Ana e a Inês partiram-se a rir, mas eu senti que tinha ofendido a maternidade e o frágil sentimento de quem deixa de ter desejo sexual. Eu não sei se quero ficar assim. Tenho medo, tenho muito medo.

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