Não há como evitar a grandeza da língua portuguesa quando cantada por este povo mulato, de ritmo nos poros, com futebol no coração e samba no pé. Pergunto-me "Mas porquê? Porquê?". Se tentarmos aportuguesar o som fica qualquer coisa como uma mistura de Ágata "Eu procurei qualquer desculpa para não te encarar..." e Tony Carreira "Tu conheces o meu sorriso e lês o meu olhar" - dava para encher o pavilhão Atlântico com o mulherio todo, sim, porque há que atribuir ao último senhor o feito de possuir as inúmeras qualidades que a mulher portuguesa gostaria de ver no marido... até mesmo o capachinho!
Confesso que entre o choradinho melodramático e a honestidade amorosa, este "Quem de nós dois" do vozeirão fabuloso da Ana Carolina conquista com uma facilidade de convite para férias no outro lado do Atlântico Vamo nessa? Cantem comigo, galera. Não me canso desta música e muito menos da sua voz. Chamem-me pirosa, cafona, brega, não tou nem aí. Quem nos dera pôr nas canções portuguesas o transparente e inequívoco sentimento do povo irmão, que ama tudo, sente tudo e tudo confessa através das suas melodias (mesmo parecendo bom demais para ser verdade).
Sinto dizer, que amo mesmo
Tá ruim pra disfarçar
Entre nós dois não cabe mais nenhum segredo
Além do que já combinamos
No vão das coisas que a gente disse
Não cabe mais sermos somente amigos.
(...)
E cada vez que eu fujo eu me aproximo mais
E te perder de vista assim é ruim de mais
E é por isso que atravesso o teu futuro e faço das lembranças um lugar seguro (...)
Mas toda a vez que eu procuro uma saída
Acabo entrando sem querer na sua vida.
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