domingo, 5 de abril de 2009

Weekend

Foi um fim-de-semana de emoções fortes.
Pela primeira vez, consegui entrar numa urgências hospitalares para registar os batimentos tenebrosos que o meu acelerado coração gosta de ter... quando lhe apetece. Consegui monopolizar todos os médicos e enfermeiras das urgências num momento histórico em que registei a arritmia alucinada (senti-me como na anatomia de Grey). Aparentemente, eu era a pessoa mais calma dado que sempre aceitei este meu rally cardíaco com o conformismo de quem não desafia a máquina que só se manifesta quando quer. Ontem quis e lá fomos aproveitar o balanço para fazer o registo. Aparentemente, provoquei algum aparato... a minha "bomba" chegou aos duzentos. Todavia, agora tenho um electrocardiograma que mais parece um registo de um sismógrafo... para aí uns 9 na escala de Richter. Não consigo esquecer a cara da velhota carcomida na outra maca, a respirar um resquício de oxigénio, de pregas penduradas nos braços e bata azul hospitalar. Senti que me queriam salvar quando eu me tenho desenrascado a vida toda. Senti que a tinham esquecido.
Fui à praia do Meco. Não sei que pense do nudismo. Não gosto de homens ou mulheres nuas que se passeiam, com os pendiricalhos ao léu, vezes sem conta à frente de outras pessoas, estejam elas nuas ou vestidas. Teria muito para dizer sobre esta tarde em que vi mais tarados que moscas de areia mas, infelizmente, não tenho tempo. Fica para a próxima.
Gostava de saber porque insistem em ter tantas placas no cabo Espichel que gritam para os turistas descuidados "KEEP AWAY". Eu não sei se nos devemos afastar das falésias abandonadas à erosão ou do deprimente ex-convento, ex-igreja, ex local de teatros, óperas e romarias do séc.XVIII, abandonado à ausência de olhos ou preocupação estatal. Está entaipado, aguardando o avanço do mar e atolado na vergonha e desprezo de um país que quer coisinhas novas, como TGVs e aeroportos.
Desculpem-me a rapidez destas considerações mas o tempo que tenho é escasso, para um fim-de-semana tão agitado.

3 comentários:

J. Maldonado disse...

1. Espero que nunca mais te aconteça uma emergência dessas.
Já suspeitava que eras uma rapariga de coração sensível... ;)
Já agora, tens que ter cuidado com certas actividades físicas que aceleram em pouco tempo o batimento cardíaco...

2. Quanto à tua ida ao Meco, há uma diferença entre nudismo e naturismo.
A prática de ambos em locais para o efeito não tem nada de ignóbil, pois é uma filosofia de vida. Aliás, a nudez na nossa civilização judaico-cristã sempre foi um tabu...
A prática do naturismo passa por um processo de mentalização, findo o qual a mesma torna-se mais fácil. Experimenta andar nua em casa e verás que depois será mais fácil frequentares uma praia do género... ;)

3. Nunca fui ao cabo Espichel, mas já ouvi dizer que é lindo...


PS: Quando puderes, passa pelo meu tasco sff, pois tenho uma surpresa para ti... ;)

Cassandra disse...

Obrigada pela surpresa.
1-O coração dispara em momentos imprevisíveis:)
2 - Tenho as portas sempre abertas e andar nua em casa seria pouco sensato. Continuo a achar que a sedução está no pouco que se esconde. Os nudistas sãos não me incomodam. Os pendiricalhos tarados, esses sim.
3- É lindo, sim senhor, embora abandonado ...

Big Ass disse...

Ahhhhhhh..... então foste tu a causadora da catastrofe em Italia, com essa bomba que tens no peito....... maldito efeito borboleta!