domingo, 17 de agosto de 2008

Teacher's never ending holidays

É verdade, sim senhor. Nós, professores de todos os ciclos e ensinos temos muitas férias. Mais que a maioria dos portugueses. Nomeadamente nas férias grandes. Todavia, não estamos parados quando não damos aulas. Nas férias do Natal, Páscoa, Carnaval e afins temos notas para atribuir, exames para corrigir, avaliações a fazer, reuniões de grupo, departamento, reuniões de conselho pedagógico e todos os trabalhos adicionais ligados ao funcionamento de uma escola. Nas férias grandes, temos geralmente o Agosto por nossa conta, o que nem sempre é proveitoso dado que não podemos usufruir dos preços acessíveis das épocas baixas... nem sonhar com férias no Brasil ou nas Caraíbas, ou no Peru, ou na Argentina, na altura em que é verão nestas regiões do globo (como se houvesse ordenado para tal). Eu entendo a visão global da maioria dos portugueses. Mas não me importaria de trocar de lugar com um comum mortal que pode gozar os seus fins-de-semana livremente sem testes para corrigir, aulas para preparar ou relatórios para elaborar. Fazer como a maioria das pessoas que chega a casa e desliga... para se dedicar à família, aos amigos, a um hobby que adora. Também trocaria o meu ordenado e a minha segurança profissional de bom grado. Quem convive e vive com professores apercebe-se disto. Quem nos vê à distância facilmente nos rotula de parasitas. Infelizmente, são muitos que nos vêem assim, à distância, que nos atiram com o juízo de valor mais fácil e imediato. Nós somos um excelente bode expiatório. Toda a gente acha que pode ser professor. Aconselho-vos a experimentar. Quem sabe passam a ver com maior clareza, apercebendo-se de que, como todas as outras profissões, não é chapa 5. Eu opto por continuar por talento e gosto. Não é certamente pelas férias nem pelo ordenado miserável.

1 comentário:

Bruno Miguel Pinto disse...

A verdade é que não há assim tanta gente na faixa etária dos 30 anos com segurança no trabalho. Eu falo por mim, conheço apenas 2/3 pessoas "jovens" que têm uma situação profissional estável. Portanto, o problema da instabilidade não está só no ensino...