domingo, 23 de maio de 2010

The secret of her eyes

Passei a ter mais apreço por Hollywood, ou melhor, pela Academia que consegue reconhecer num filme estrangeiro aquilo que deixou de fazer há muito: contar belas histórias de amor. Tudo sem beijos deslambidos, explosões exageradas e argumentos descabidos. Como se não bastasse, ainda conseguem colocar-lhes uma linguagem brejeira plausível (talvez porque os Fuck só me lembrem músicas de hip-hop) e um sentido de humor muito latino. El secreto de sus ojos é também um filme de amor intenso, das vidas que invejamos, das várias formas de manifestar sentimentos profundos por alguém, por mais estranhas e tortuosas que sejam, de paixões doentias, dos malefícios da ditadura e de como esganou, desviou e desfez a vida dos argentinos. A beleza que nos fica dos olhares intensos e dos amores por cumprir, depressa se desmorona quando saímos do King, única sala de jeito em que o filme está a ser exibido, e percebemos que o nosso imaginário apaixonado nada tem a ver com a realidade.
Filmes sobre amores assim só fazem mal. Abstenham-se.

2 comentários:

via disse...

miúda. tu quando estás triste ficas a magoar-te sem remédio e estendes, meio aturdida, sobre a pequena e humana benção de amar, um je ne sais pas quoi desolador. e, no entanto, não trocarias uma vírgula do que vives por outra vida de celulóide, nãa.bjo graaande

Cassandra disse...

Pois não.