Ontem, na RTP, houve um programa de 30 minutos que deu a conhecer 3 histórias muito interessantes: Ana Free, a menina que se evidenciou através do Youtube, uma portuguesa emigrada no Canadá que tem feito maravilhas em prol da cultura e das Artes na cidade de Toronto e um médico de Lisboa. Médicos podem haver muitos mas poucos serão como este. Todas as sextas-feiras lá rumava o senhor a Idanha-a-Nova para fazer visitas domiciliárias a velhotes que resistem à última chamada. Abdica do seu consultório em Lisboa e dos pacientes pouco adoentados mas muito cheirosos e endinheirados para se fazer à estrada, durante umas 2/3 horas para escutar os gemidos e os queixumes de quem tem corações palpitantes. Alguns têm mesmo problemas cardíacos. Outros sofrem de doenças que nos atacarão a todos na velhice: abandono por parte das famílias, rotina, falta de dentes, vontade de chorar cada vez que se lembram de nós, perda de memória... solidão. A gentileza e humildade com que este senhor tratava estes velhotes comoveu-me. Esta bondade de quem se sente abençoado e privilegiado é rara mas deveria servir de exemplo. Não só para os médicos ávaros e excessivamente ambiciosos, ocupados com as elevadas receitas resultantes das esporádicas visitas ao consultório privado, mas também para todos nós. Afinal, vamos todos chegar a velhos. Sooner than you think. Eu só espero não ter que usar "Lindor". É humilhante, specially if one needs to ask a nurse or an auxiliar to clean our ass.
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